O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (UBGE), Eduardo Rios Neto, disse que o projeto do Censo Demográfico está pronto e o Instituto está preparado para executá-lo. Mas tudo depende da liberação dos recursos orçamentários.
Eduardo Rios Neto destacou que a evolução da cobertura da vacinação contra a Covid-19 será um importante parâmetro para o início da operação em todo o país e não descartou a possibilidade de o Censo ser realizado em 2022, pois o cronograma original de preparação já sofreu adiamentos em etapas que não puderam ser concluídas sem a definição da verba esperada.
Segundo o presidente do Instituto, o IBGE está preparado tecnicamente para a realização do Censo neste ano. "Precisamos aguardar se o orçamento de R$ 2 bilhões será recomposto, seja por via judicial ou pelo Congresso, para que todo o planejamento da operação censitária seja executado”, explicou Rios Neto.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, determinou, em decisão liminar, a realização do Censo. Isso ocorreu depois que o Orçamento foi sancionado pelo governo com corte de mais de 90% dos recursos. O orçamento de R$ 2 bilhões foi reduzido para R$ 53 milhões, o que inviabiliza a operação.
Rios Neto destacou que, independente da recomposição do orçamento, já não será possível começar a coleta dos dados em 1º de agosto, como previa o cronograma inicial do Censo.
Processos seletivos suspensos
Os processos seletivos para contratar 204 mil recenseadores e agentes censitários temporários continuam suspensos. Como esses profissionais visitarão mais de 70 milhões de domicílios, em todos os municípios do país, as condições sanitárias são importantes para o início da coleta dos dados.
Eduardo mencionou que o projeto do Censo Demográfico está calcado em três pilares. O primeiro é o modelo misto e concomitante de coleta em três modalidades: a tradicional entrevista face a face, a entrevista telefônica e o autopreenchimento via internet.
O segundo pilar é o foco na saúde e na segurança, tanto dos recenseadores e servidores do IBGE, quanto da população recenseada, com protocolos sanitários que levam em conta as melhores práticas nacionais e internacionais.
Já o terceiro pilar, é um modelo de treinamento que combina as modalidades a distância e presencial.
Eduardo Rios atuava como diretor de Pesquisas desde 2019
Eduardo Rios Neto já atuava no IBGE como diretor de Pesquisas desde maio de 2019. Ele assumiu o posto no lugar de Susana Cordeiro Guerra, que pediu exoneração do cargo no fim de março.
Formado em Economia, o novo presidente do IBGE possui doutorado em Demografia pela Universidade da Califórnia, em Berkeley, e pós-doutorado pela Universidade do Texas-Austin, ambas nos Estados Unidos. É professor titular aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Rios Neto também é membro da Academia Brasileira de Ciências na área de ciências sociais.