Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi atingida na cabeça por um projétil disparado por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera de Natal. Segundo informações do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, onde está internada, o projétil atravessou a cabeça e não ficou alojado. Juliana foi baleada enquanto viajava com a família para a ceia de Natal.
O grupo saiu de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, com destino à casa de parentes em Itaipu, Niterói. Por volta das 21h, na Rodovia Washington Luís (BR-040), em Duque de Caxias, o carro da família foi alvejado por tiros durante uma perseguição policial conduzida pela PRF.
De acordo com a equipe médica, Juliana passou por uma cirurgia para remover fragmentos ósseos resultantes da passagem do projétil, que atingiu a região occipital esquerda da cabeça. Maurício Mansur, chefe do setor de neurocirurgia, alertou que ainda é cedo para avaliar possíveis sequelas.
"Primeiramente, é importante lembrar que se trata de um caso grave e que, neste momento, não é possível falar sobre sequelas ou qualquer outra consequência. Estamos, na verdade, focados em um tratamento para salvar a vida dela. Ela ainda se encontra em uma fase de gravidade elevada, apresentando sinais de instabilidade. Assim que houver evolução e melhora, poderemos ter uma noção mais clara sobre a possibilidade de haver sequelas ou não", explicou Mansur.
Deyse Rangel, mãe de Juliana, afirmou que pretende solicitar à Polícia Militar as imagens das câmeras corporais dos dois policiais militares que ajudaram a socorrer a filha. Ela quer provar que os agentes da PRF responsáveis pelos disparos não prestaram assistência após o ocorrido. Além disso, criticou a falta de apoio das autoridades federais.
"Até agora não, ninguém falou com a gente sobre nada. A gente que estava procurando um advogado para ver o que ele pode fazer pela gente, né? Porque a gente tem que correr atrás de justiça pelo que aconteceu. Ninguém falou nada, ninguém apoiou nada até agora. Estou muito desamparada, muito mal. Não consigo comer, não consigo dormir, pensando no que fizeram com a minha filha. A minha filha entubada, entre a vida e a morte, estado gravíssimo. Eles não me apoiaram", desabafou, emocionada.
Jéssica Rangel, irmã de Juliana, também está acompanhando de perto o caso no Hospital Adão Pereira Nunes. A família estava a caminho da casa dela quando o tiroteio aconteceu.