Na quarta-feira (5), a família do pequeno Henryque, de 1 ano e 8 meses, uma das vítimas do ataque a creche em Saudades, Santa Catarina, recebeu uma boa notícia: o pequeno teve alta da UTI. Em entrevista, a mãe, Adriana Martins, contou que o filho estava frequentando a creche há pouco mais de um mês. "Nos primeiros dias, não o levamos porque tinham muitos casos positivos de covid", conta.
Ela também relembrou como foi a manhã da última terça-feira (4):
"Estava na firma em que trabalho, uma empresa de confecção, quando chamaram todos os funcionários e falaram que quem tinha filhos na creche era para buscar, pois havia acontecido algo muito grave. Fui correndo até lá e encontrei meu marido saindo da creche, dizendo que nosso filho estava no hospital. Ele contou que um louco entrou na creche com um facão atacando todos. Fiquei desesperada! Ele pediu para eu me acalmar e fomos até o hospital. Quando chegamos, eles estavam fechando os ferimentos do Henryque e ele chorava muito. Muitas pessoas vieram nos acalmar e lembro de uma amiga dizer: 'Agradece a Deus. Ele está vivo e é um milagre. Ele estava na linha de frente e Deus cuidou dele'. Mas ouvir o choro dele e não poder pegá-lo, acalmá-lo e estar junto dele foi muito difícil. Fiquei só vendo costurarem os ferimentos. Sem palavras para expressar o que eu senti. Eu chorava, orava e agradecia a Deus por ele estar vivo. Henryque teve um corte perto do olho que atingiu até o osso da face, cortes nos lábios e gengivas, outro perto do pescoço, que atingiu o pulmão, na barriga e mais alguns superficiais. Apesar de tudo, em nenhum momento, eu pensei que iria perde-lo. Confiei muito em Deus! Sabia que Deus estava junto dele, pois ele já era um milagre apenas por estar vivo com tantos cortes."
Adriana também lamentou pelas cinco vítimas fatais do ataque — uma professora, uma agente educativa e três bebês. "Sinto muito pelas famílias que perderam seus entes queridos. Não tenho palavras pra dizer o que sinto. Agradeço a Deus por ter o Henryque nos meus braços, mas me coloco no lugar das outras pessoas. Isso é triste demais", finalizou. Segundo ela, ainda não se sabe se Henryque ficará com alguma sequela dos cortes e ainda não há previsão de alta do hospital.
As informações são da Revista Crescer