Um ataque a um hotel na Somália terminou neste domingo, deixando 29 pessoas mortas durante um cerco que durou mais de 12 horas. O atentado, reivindicado pelo grupo al-Shabaab, aconteceu duas semanas após duas explosões na capital matarem mais de 350 pessoas e ferirem 228, no maior ato terrorista da História do país. O al-Shabab, aliado da al-Qaeda, quer derrubar o frágil governo da nação, apoiado pela ONU, e impor um governo de lei islâmica.
— Temos certeza que 29 pessoas morreram, mas o número pode aumentar — disse um policial. — Ao menos 12 mortos são policiais, e uma mulher foi decapitada enquanto seus três filhos foram mortos.
Três terroristas foram capturados vivos e dois outros se explodiram após serem baleados, disse a polícia. Alguns militantes podem ter se disfarçado e escapado com as pessoas que foram resgatadas do hotel. O ataque começou na tarde de sábado, quando carros-bomba entraram pelos portões do hotel Nasahablod Two hotel, perto do palácio presidencial. Os veículos destruíram a entrada do hotel de três andares, e um atirador entrou no prédio.
O governo somali demitiu os chefes de inteligência e da polícia do país após o ataque extremista de quinta-feira. O presidente somali, Mohamed Abdullahi Mohamed, condenou o ataque:
"Tais atrocidades não nos dissuadirão nunca, nem nos desalentarão no combate contra os terroristas, declarou num comunicado.
Muitos policiais somalis vivem em hotéis pela segurança que eles oferecem, e o al-Shabab já atacou prédios onde os membros do governo estavam hospedados. O grupo extremista foi expulso da capital do país em agosto de 2011 e, ao longo dos anos, perderam o controle dos principais bastiões. Porém, os rebeldes continuam a controlar as áreas rurais e lançam ataques contra as alianças militares, governamentais e civis, bem como ataques terroristas na vizinha Quênia.
A Somália vem sendo assolada por conflitos desde 1991, quando líderes de clãs depuseram um ditador e depois se voltaram uns contra os outros. Um dos países mais pobres da África, a Somália enfrenta uma insegurança alimentar grave e depende de doadores estrangeiros para prover suas instituições e serviços básicos.