O idoso João Pimenta da Silva, de 71 anos, que morreu após cair em um poço que escavava há pelo menos 12 meses na cozinha de sua casa, em Ipatinga, Minas Gerais, já teria chegado a uma profundidade comparável a de um poço de metrô de São Paulo. As estações da capital paulista possuem em média 31 metros.
Em busca de realizar o que viu em seu sonho “profético”, João contou durante todo esse período com ajuda de várias pessoas. A corporação do Corpo de Bombeiros que atendeu o incidente revelou que não entendeu como o idoso conseguiu cavar o poço. "tão profundo com uma estrutura estável que beira a perfeição"
Ao lado do túnel aberto no canto da cozinha de Seu João, como era conhecido, havia compressores, uma espécie de martelete, mas ferramentas consideradas arcaicas para uma operação desse tipo. Para subir e descer o poço, João e os ajudantes usavam uma estrutura de madeira que se assemelhava a um balanço de criança e que sequer era presa com parafusos no chão.
O que diz a polícia
A Polícia Civil informa que deslocou uma equipe de perícia oficial ao local nesta quinta-feira para realizar os procedimentos padrão, e o corpo do idoso foi encaminhado ao Posto Médico-Legal para o exame de necropsia. A polícia aguarda a conclusão dos laudos para determinar as circunstâncias e a causa da morte.
Segundo relato do Corpo de Bombeiros, a ocorrência ocorreu por volta das 13h35 desta quinta-feira, na Rua Bical. Os bombeiros informaram que, após um sonho, o idoso iniciou a escavação de um buraco com cerca de 90 cm de diâmetro e, pelo menos, 40 metros de profundidade. Não foi fornecida informação sobre a duração do processo ou sobre como ele organizou a complexa escavação.
A equipe também mencionou que, no sonho, o morador recebeu orientações específicas para a intervenção naquele exato ponto da residência, no piso da cozinha. Ao sair do buraco no início da tarde de quinta-feira, teria escorregado do assento de acesso, semelhante a um balanço de criança, resultando em uma queda até o fundo do poço, enquanto trabalhava na retirada de água e lama.
"Com uso de EPIs apropriados para o acesso seguro do militar que realizaria descida, além de um cilindro de oxigênio em função de possíveis riscos respiratórios, a guarnição efetuou a retirada do corpo da vítima. Ele apresentava poli traumatismo, fraturas expostas nas duas pernas, fratura de quadril, laceração do abdômen e tronco, TCE grave, escoriações generalizadas, já sem sinais de vida", concluiu a corporação.