A jornalista Ranielly Veloso, do Grupo Meio Norte de Comunicação, está participando de um intercâmbio na China, e de lá, está realizando diversas reportagens sobre o país asiático. Dessa vez, ela trouxe uma matéria relacionada com a busca da China em estreitar os laços de cultura e economia com a América.
Após ter experimentado a carne e a cerveja durante a primeira viagem à Argentina na década de 90, o senhor Wong percebeu que a Ásia e América Latina tinham muitas experiências para compartilhar. Por isso que o próximo destino do senhor Wong será o Brasil. Empresário nato, compra para vender na China, muitos produtos da América Central e Latina, dentre eles, o café do Panamá.
O café, por aqui, não é algo barato, pois a produção própria é pequena. O fato é que, a partir daí, o senhor Wong decidiu criar o Centro Cultural de Intercâmbio entre a América Latina e a China, que fica no distrito de Daxing, em Pequim. A casa especial para os latino americanos é um ponto de encontro para os eventos temáticos de cada país.
"Nós, por exemplo, fomos recebidos com uma verdadeira festa. Com muitas comidas típicas e apresentação musical. Teve até show de mágica e bailamos muito", disse Ranielly.
O senhor Xí Xiao, diretor da Divisão da Diplomacia Pública, do Ministério das Relações Exteriores, entende que a China e a América Latina estão na mesma situação de desenvolvimento e que por isso precisam de cooperação na economia, política, esporte e cultura. A chinesa Lin, cujo nome em português é Emília, estuda no mestrado as relações entre a China e o Brasil no âmbito do desenvolvimento sustentável.
Antes de começar a pesquisa, a jovem já se dedicava ao português, uma língua totalmente estranha para os chineses. Mas o encanto pela cultura brasileira fez com ela chegasse longe. A pesquisadora também vê situações semelhantes entre os dois países e entende que a redução da pobreza, meta do atual governo Lula, é uma lição que a China pode passar ao Brasil.
O transporte ferroviário é visto pela China como um dos setores possíveis de cooperação com o Brasil. Por isso que na Universidade de Jiatong, em Pequim, os alunos também podem estudar outras línguas, como o Espanhol e português.
É por isso que desde os anos 2000, quando a China ingressou na OMC - Organização Mundial do Comércio - o Espanhol e o português começaram a ser mais difundidos entre os chineses e pulou de 12 para 106 universidades que ensinam essas línguas. Ainda é pouco para o universo de duas mil universidades no país, todas públicas, cerca de 300 com recursos mistos.
"Agora será a nossa vez de retribuir, por isso que já arrisquei na caligrafia chinesa. Nem as mais altas temperaturas de todos os tempos, as chuvas do tufão Doksuri e agora um terremoto, isso tudo em uma semana, nada disso vai nos impedir de desfrutar o melhor da China", disse Ranielly.