Acontece ao longo desta quinta-feira (22), a audiência de instrução e julgamento dos acusados pelo assassinato da estudante de Medicina, Flávia Cristina Wanzeler Sampaio, durante uma tentativa de assalto ocorrida em 12 de fevereiro de 2023. A defesa dos acusados sustenta a tese de que Cleison Barbosa Silva, conhecido como Macapá, não estava presente no local do crime.
A audiência está sendo conduzida de forma mista, com a realização de videoconferência e a presença física dos envolvidos, na 3ª Vara Criminal de Teresina.
Francisco Emanoel dos Santos Gomes, Antônio Cleison Barbosa Silva e Denilson Weviton Santos Nicolau foram denunciados pelo Ministério Público pelos crimes de latrocínio consumado (roubo seguido de morte), latrocínio tentado, associação criminosa, receptação e adulteração de sinal identificador de veículo.
Ao longo da audiência, oito testemunhas prestam depoimento em favor dos três acusados, enquanto duas testemunhas falam em defesa de Flávia.
Em entrevista para o Meionorte.com, Amanda Sampaio, madrinha de Flávia e assistente de acusação da família, disse que sofre com a dor e busca por justiça. "Para nós, ela era apenas uma criança, nossa princesa. O que nos conforta é a busca pela justiça e o desejo de fazer com que eles paguem por terem tirado sua vida de forma tão precoce”, falou.
A pena para o crime de latrocínio é de 20 a 30 anos, e caberá ao juiz determinar a sentença. "Nossa família nunca mais será a mesma. Embora haja divergências e convergências nos argumentos, é fato que os três acusados estavam presentes no dia do crime e todos participaram. Nós, como acusação, estamos trabalhando incansavelmente para estabelecer que não há dúvidas de que eles são os culpados e devem ser responsabilizados", acrescentou Amanda Sampaio.
Por sua vez, a defesa dos acusados argumenta contestando o reconhecimento feito pelo namorado de Flávia, que conduzia o carro no dia do crime. A acusação afirma que Francisco Emanoel dos Santos Gomes, o Biel, efetuou o disparo que vitimou Flávia; Antônio Cleison Barbosa Silva, conhecido como "Macapá", participou da abordagem e Denilson Weviton Santos Nicolau, o "Ceará", também estava no veículo utilizado pelos criminosos.
Smailly Carvalho, advogado de Denilson Weviton Santos Nicolau, conhecido como 'Ceará', e Antônio Cleison Barbosa Silva, conhecido como 'Macapá', declara que Denilson confessou que participou do crime.
Smailly afirma que o reconhecimento feito pelo companheiro de Flávia não seguiu os procedimentos legais, sendo realizado apenas por meio de uma foto cuja forma de obtenção não foi esclarecida, o que , segundo ele, comprometeu o andamento do processo.
"Considerando que um deles já confessou a autoria e participação no assalto, que culminou na morte da estudante, a defesa requer apenas um julgamento justo, de acordo com a lei. Quanto ao outro acusado, Cleison Barbosa Silva, conhecido como Macapá, a defesa entende que não existem indícios de sua participação no crime, e sustentaremos a tese de negativa de autoria, pois não encontramos evidências”, falou.