Diante do alto índice de homicídio nas diferentes zonas de Teresina, o delegado-geral da Polícia Civil, Lucy Keiko, se reuniu nesta terça-feira (18), com as autoridades de segurança pública no Departamento de Homicídios Proteção à Pessoa (DHPP) a fim de definir estratégias no combate a "criminalidade". Ao todo foram seis mortes violentas nas últimas 24 horas.
"Nós vamos fazer o diagnóstico do que aconteceu em relação a essas mortes específicas e como nós vamos fazer para desvendá-las rapidamente a autoria. E outras ações envolvendo o DRACO, POLINTER e DEPRE, que venham ao contra-fogo nessas possíveis facções que estejam envolvidas nessas mortes. Então a reunião é para criar estratégias para enfrentar esses problemas que ocorreram nesses últimos dois dias”, afirmou Lucy Keiko.
Conforme apurado pelo repórter Felipe Reis, da Rede Meio Norte, os suspeitos de atirar na equipe médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), na noite do último sábado (15), já foram identificados. Os socorristas foram atingidos com tiros após atenderem a uma ocorrência no bairro Vamos Ver o Sol, na zona Sul de Teresina.
"Desde que nós tomamos conhecimento, nós determinamos a gerência de polícia metropolitana, que através do distrito da área, procedesse às investigações preliminares. O inquérito está sendo conduzido pelo 10° DP. O delegado Charles irá acompanhar as investigações. E no momento em que nós entendemos que há uma vinculação realmente a grupos criminosos, rivais, a gente irá transferir para o DRACO. Mas certamente vamos ter autoria, rapidamente desvendada desses crimes”, explicou o delegado da Polícia Civil do Piauí.
Quanto aos crimes contra Emerson da Silva Cruz, de 31 anos, que foi morto a tiros na porta de seu apartamento no residencial Orgulho do Piauí, zona Sul de Teresina e de Francisco Emanuel Soares da Silva, de 24 anos, morto com mais de 30 disparos de arma de fogo, no Bairro Vila Irmã Dulce, zona Sul de Teresina, ambos estão sendo investigados pelo delegado Danúbio dias.
"Já é um indivíduo conhecido, desde a menoridade dele, já era apontado como autor de crimes de homicídio e era um indivíduo perigoso, violento. Às vezes que ele foi interrogado não fazia questão de esconder a violência dele, deixava isso bem claro. Ele assumia que vivia do crime. Já presumimos que cedo ou tarde, esses crimes, que ele cometeu no passado, seriam cobrados", relatou o delegado sobre Francisco Emanuel Soares da Silva.
Danúbio Dias ainda detalhou como o homicídio ocorreu. "Ontem, apesar do silêncio das testemunhas, os investigadores anotaram que ele estava caminhando pela rua quando um veículo branco se aproximou dele, pelo menos quatro indivíduos desceram e efetuaram pelo menos 30 disparos contra ele, isso demonstra que os assassinos nutriam realmente um ódio por ele", contou.
O sociólogo e especialista em Segurança Pública, Marcondes Brito, afirmou que é necessário uma ação mais contundente e uma abordagem diferente por parte das autoridades. Ele ainda ressalta que "se as operações responderem a ações reativas, elas podem provocar um efeito contrário do objetivo".
"As operações só surtem efeito se elas tiverem um plano maior de processos investigatórios. Se você cria um conjunto de operações for a de contexto para atender muito mais a mídia do que relações concretas, você torna as ações da polícia previsíveis. Então não vai ter uma diminuição do aumento, porque são previsíveis, você sabe que todo dia vai ter operações", destacou Marcondes Brito.