Após vídeo viralizar, onde homens e mulheres, supostos integrantes de organização criminosa, aparecem comemorando o assassinato de Rodrigo dos Santos Silva, de 19 anos na Vila Uruguai, zona Leste de Teresina, um especialista em segurança pública explicou em reportagem para o repórter Felipe Reis da Rede Meio Norte, como as mulheres estão mais inseridas no mundo do crime.
Segundo Marcondes Brito, sociólogo e especialista em Segurança Pública, há mulheres em situação de liderança em grupos criminosos desde o final da década de 80. Ele ainda afirmou que a situação acontece devido ao tráfico de drogas ser um mercado onde elas se envolvem de diferentes formas.
"Ele é um mercado ilegal, mas é um mercado. A função dos mercados é inserir as pessoas em atividades lucrativas criminais. Se você tem um mercado crescente, que é o mercado de drogas, vários segmentos vão querer se inserir neles, principalmente as mulheres, jovens e homens. Como é um negócio que gira muito dinheiro, as mulheres se envolvem de várias formas, como traficante ou com as pessoas que estão no comércio ", pontuou o sociólogo.
Além disso, de acordo com o especialista em Segurança Pública, elas têm se envolvido também nas articulações e que por isso os grupos criminais específicos têm apostado nelas como entes ou como lideranças especiais. Ele afirma que esse cenário pode ser reversível com medidas do estado.
“O estado pode ter a primazia da força. Os recursos que o estado movimenta são maiores, então se ele resolver organizar a sua maquinaria, pode fazer esse enfrentamento. Mas o medo é um mercado em que todo mundo lucra, o tráfico lucra, mas o estado também tem lucrado com o medo. Ele poderia se organizar de formas mais integradas. Secretarias trabalhando de formas mais integradas tem resultados mais amplos e impactos mais certeiros” finalizou Marcondes Brito.