O Ceará segue, até então, absoluto na atração de investimentos no setor do hidrogênio verde. Com protocolos assinados e um rol de grandes companhias, incluindo internacionais, o hub de H2V no Estado deve atrair bilhões de reais e gerar na casa de 80 mil empregos. Mas o que pouca gente sabe é que o vizinho Piauí prepara o terreno para disputar em pé de igualdade a briga pela matriz energética. A reportagem é de Átila Varela do Focus.Jor.
Longe do radar da imprensa cearense, a marroquina Green Energy Park (GEP) assinou com o Governo do Piauí uma carta de intenções que poderá resultar no maior projeto de hidrogênio verde (H2V) do mundo. O documento prevê a realização de estudos para a construção de um parque de hidrogênio verde em Parnaíba, no litoral do Piauí, com investimento de 10 bilhões de euros (R$ 50 bilhões) e produção inicial de 5 GW de amônia verde por ano.
O projeto tem a expectativa de sair do papel em 2024 – começo das obras – e conclusão de dois anos. O combustível, ao deixar o Piauí via marítima, vai desembarcar no Porto de Krk, na Croácia, país onde a Green Energy Park está sediada. Para o negócio render, a companhia quer estruturar o Porto de Luís Correia para exportar o hidrogênio, na forma de amônia, via Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Piauí e assim abastecer as indústrias da Europa.
Sim, já existem empresas do outro lado do Oceano Atlântico interessadas no hidrogênio piauiense. O palco da assinatura do memorando? Roterdã, durante o Congresso Mundial de Hidrogênio, nos Países Baixos, no mês passado. Assinaram o documento a GEP, representada pelo CEO Bart Biebuyck; o Governo do Estado do Piauí, representado pela diretora de Mercados Europeus da Investe Piauí, Nathália Ervedosa; e a vinícola Puklavec Family Wines, representada pela empresária Tatjana Puklavec, que será uma das compradoras do H2V produzido no Piauí.
(Com informações do Focus.jor)