Ana Flávia Martins Gonçalves, condenada nesta quarta-feira (14) pelo Tribunal do Júri em São Paulo, é filha do piauiense Romuyuki Gonçalves, natural do município de Cocal, zona Norte do estado, o qual foi assassinado pela mesma e teve o seu corpo carbonizado. O caso ocorreu em 2020, em São Bernardo do Campo, em São Paulo.
Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo , a filha das vítimas, que facilitou a entrada dos comparsas no condomínio onde morava a família e participou dos crimes, foi sentenciada a 61 anos, cinco meses e 23 dias de reclusão. A companheira de Ana Flávia, Carina Ramos de Abreu, à época dos fatos foi condenada a 74 anos, sete meses e dez dias de reclusão, e o terceiro envolvido, Guilherme Ramos da Silva a 56 anos, dois meses e 20 dias de reclusão. Todos em regime inicial fechado.
“Consta nos autos que a filha das vítimas informou sua companheira da existência de um cofre na casa dos pais. Com a ajuda de três homens (dois deles tiveram seus processos desmembrados e serão julgados posteriormente) entraram no condomínio onde morava a família. Os corpos das vítimas foram encontrados no dia seguinte, carbonizados”, informou o Tribunal de Justiça.
As autoridades ainda informaram que durante a sentença, o juiz Lucas Tambor Bueno, que presidiu os trabalhos iniciados na segunda-feira (12), ressaltou que as circunstâncias dos fatos extrapolaram “aquelas normais para este tipo de crime”, bem como “houve nítida premeditação para as práticas delitivas”.
Relembre o caso
O assassinato de Romuyuki e Flaviana Gonçalves e do filho deles, Juan Victor, de 15, foi descoberto no dia 28 de janeiro, quando seus corpos foram encontrados em um carro em chamas na Estrada do Montanhão, em São Bernardo do Campo. Os moradores da região acionaram os bombeiros ao perceberem que havia um veículo em chamas.
Segundo a polícia, as acusadas, Ana Flávia e Carina Ramos, entraram em contradição em seus depoimentos ao alegarem que a família tinha dívidas com um agiota. Depois, elas disseram que a casa da família havia sido roubada. Por fim, as duas admitiram que planejaram o roubo, mas na epóca afirmaram que não ordenaram a morte da família.
No entanto, suspeitos de terem participado do crime afirmam que Ana Flávia e Carina ordenaram os assassinatos. Um deles disse que a ordem partiu de Carina depois que ninguém encontrou os R$ 85 mil que eles acreditavam que estariam escondidos em um cofre na casa.