Uma adolescente de 14 anos se apresentou à polícia na manhã desta terça(21) e confessou ter matado o próprio pai na noite do último domingo, em Águas Lindas de Goiás, no interior do estado de Goiás. Ela e o namorado, com quem estava no momento do crime, também menor de idade, prestaram depoimento acompanhados de um advogado e, em seguida, foram liberados. Há suspeitas de que o homicídio tenha sido planejado, com base em dados encontrados no celular usado pela garota. O Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) da região apura o caso.
Dono de uma distribuidora, Ednaldo Bernardo da Silva, conhecido como Kuka, levou uma facada certeira no coração, após discutir com a menina dentro de casa, no bairro Mansões Odisseia. Ele teria se irritado ao encontrá-la com o namorado. Após ser atingido, Silva chegou a ser socorrido e levado ao hospital, mas não resistiu. O velório foi realizado em sua própria residência.
A adolescente mantinha o relacionamento amoroso há, pelo menos, cinco meses e relatou à polícia que os pais eram contra, especialmente a mãe. Ela contou ainda que, no domingo, teria recebido o rapaz em casa para formalizar o namoro e, para isso, aguardava os pais acordarem. O conflito começou quando eles a encontraram namorando na varanda, nos fundos da casa, por volta das 20h.
- A mãe foi a primeira a acordar e chamou o pai, gritando, para ver o que a filha estava fazendo. Ele acordou já meio atordoado e foi atrás dos adolescentes com uma arma na mão. Ele tinha porte registrado porque fazia curso de tiros. A menina tentou discutiu com ele e tentou pará-lo ainda na sala. Foi aí que ela o empurrou até a cozinha, pegou uma faca e o atingiu - conta o delegado responsável pelo caso, Cleber Martins, que também ouviu a versão da esposa de Kuka.
De acordo com ele, a adolescente foi proibida de usar o próprio celular quando os pais souberam do namoro e, desde então, usava o da mãe. A polícia encontrou, no aparelho, pesquisas recentes envolvendo assuntos sobre "como matar o(s) pai(s)", "como matar alguém dormindo" e "como esfaquear alguém". Os registros datam, inclusive, do dia do crime e da sexta-feira anterior, segundo a investigação.
- No depoimento, a menina negou que tenha feito as pesquisas; só confirmou uma das buscas sobre "como matar os pais". Ela alega que uma professora dela pediu que fizesse um trabalho sobre o caso da Suzane von Richthofen - frisa o delegado.
O GIH ainda vai ouvir o depoimento de mais três pessoas, entre elas a professora citada, além de levantar novos laudos. As investigações terão continuidade no âmbito da Vara de Infância e da Juventude.
Revoltado com a tragédia, um parente publicou diversos desabafos em seu perfil no Facebook.
"#UM Pai Excelente que qualquer um queria ter, deu a vida Pela sua Filha e a mesma o Apunhalou no Peito. #Justiça Queremos Justiça Meu Tio Amado", escreveu Fabio Bernardo, sobrinho da vítima
Em um dos posts, ele expôs fotos dos adolescentes suspeitos e convocou internautas a denunciá-los, caso os encontrassem. E na mensagem pessoal de abertura, ainda declarou: "LUTO. Quem Mata também morre".