Nesta terça-feira (9), a namorada de Fernando Sastre de Andrade Filho, motorista do Porsche que provocou um acidente e matou um motorista de aplicativo em 31 de março em São Paulo, negou que o namorado tenha consumido bebida alcoólica antes de dirigir. No entanto, o amigo do jovem foi ouvido na tarde desta quinta-feira (11) pela Polícia Civil no Hospital São Luiz Anália Franco e declarou o contrário.
DEPOIMENTO: Ao seu advogado, o jovem, identificado como Marcus Vinícius Machado Rocha, contou que antes do acidente, eles estavam em um restaurante e consumiam bebidas alcoólicas. “De lá eles foram para a casa de pôquer. Na casa de pôquer eles ficaram separados, (...) em mesas separadas. Ele não conseguiu ver se lá ele consumiu bebida alcoólica ou não. De lá, eles saíram, teve uma discussão, segundo ele disse, o amigo estava um pouco alterado, e a última coisa que ele se lembra é ele no carro com o amigo e o amigo acelerando", relatou José Roberto Lourenço, advogado de Marcus.
ACIDENTE: Marcus estava dentro do veículo e ficou gravemente ferido. Ele passou por cirurgias e deve ter alta nos próximos dias. Os policiais foram ao hospital para saber do estudante de medicina se o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, que dirigia o carro de luxo, bebeu e estava em alta velocidade quando bateu na traseira do Sandero de Ornaldo da Silva Viana, que morreu.
A batida ocorreu em 31 de março na Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, e foi gravada por câmeras de segurança (veja vídeo abaixo). Ornaldo era motorista de aplicativo, não resistiu e morreu num outro hospital. Ele tinha 52 anos. Fernando, de 24 anos, teria cortado a boca, mas não foi hospitalizado. Marcus, de 22, estava no banco do carona do Porsche e fraturou quatro costelas.
Por causa das lesões, Marcus foi entubado e ficou em coma induzido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ele passou por duas cirurgias: para retirada do baço e colocação de drenos nos pulmões. Após uma semana, acordou da sedação e recobrou a consciência.
INVESTIGAÇÃO: O 30º Distrito Policial (DP) investiga as causas e eventuais responsabilidades. Fernando foi indiciado pela polícia por homicídio por dolo eventual (assumiu o risco de matar Ornaldo), lesão corporal (machucou Marcus) e fuga do local do acidente (não prestou socorro às vítimas). A investigação já pediu duas vezes a prisão dele à Justiça, que negou os pedidos. O empresário responde aos crimes em liberdade, mas foi obrigado pela Justiça a entregar o passaporte à Polícia Federal (PF) e pagar uma fiança de R$ 500 mil. Além disso, teve a carteira de motorista suspensa provisoriamente.