A Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti (DEAM-SJM) concluiu a investigação sobre a prisão do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra que estuprou uma paciente durante a cesariana no último dia 11.
Ele será indiciado por estupro de vulnerável. O inquérito foi enviado ao Ministério Público no final da tarde desta terça-feira (19).
A análise do vídeo indica que o anestesista começou a cometer o crime 50 segundos depois que o marido da vítima deixou o local com o recém-nascido. O inquérito também mostra que Giovanni Quintella aplicou medicamento (provável sedação) na vítima 7 vezes durante a ação criminosa.
Outros pontos importantes do inquérito:
-O vídeo de 1 hora e 36 minutos e 20 segundos, gravado pelo telefone de uma enfermeira, está íntegro e sem edições;
-O médico aplica medicamento (provável sedação) na vítima 7 vezes durante a ação criminosa;
-O laudo médico-hospitalar em material usado pelo médico para se limpar após o estupro deu negativo sobre a presença de sêmen. No inquérito, é explicado que como material passou por diferentes recipientes após a coleta não foi possível garantir sua integridade;
-Tempo total do estupro: 9 minutos 5 segundos;
-Laudo de medicamentos: cetamina e propofol; como as ampolas de medicamentos estavam quebradas pela própria utilização, a perita previu a possibilidade de contaminação entre os frascos;
-19 pessoas foram ouvidas no inquérito (autor, vítima, marido, corpo técnico/médico e policiais).
-Outros casos estão sendo investigados em outro inquérito: a Polícia Civil investiga mais de 40 possíveis casos de estupro de pacientes de Giovanni Quintella Bezerra.
Esse número representa o total de procedimentos cirúrgicos que contaram com a participação do anestesista. Apenas no Hospital da Mãe, em Mesquita, o médico participou de 44 cirurgias.
O Ministério Público não esperou o fim da investigação e denunciou Giovanni à Justiça, que o tornou réu. Ele foi filmado durante o parto no Hospital da Mulher Heloneida Studart, na Baixada Fluminense.
Além da condenação, o MPRJ pediu também uma indenização em favor da vítima, no valor não inferior a 10 salários mínimos.
Apesar de o inquérito do caso ainda não ter sido concluído pela Polícia Civil, o Ministério Público entendeu que já havia elementos suficientes para fazer a denúncia.