Um casal foi preso nesta terça-feira (2), suspeito de arquitetar e marcar encontros românticos por aplicativo de relacionamento para sequestrar, extorquir e torturar com ferro de passar as vítimas que acreditavam nas promessas durante a conversa na internet. Após sequestrá-las, as obrigavam a realizar transferências bancárias.
O caso foi registrado em Vitória, Espiríto Santo e está sendo investigado pela Polícia Civil do estado. Conforme as autoridades, a dupla de criminosos usava um ferro de passar, uma faca e uma arma de fogo para agredir as vítimas. O levantamento da PC aponta que as quantias retiradas das vítimas variam entre R$5 e R$50 mil.
O casal de criminosos foi identificado como Vanessa Santos, de 25 anos e Igor dos Santos, de 24 anos. A mulher possui um perfil na rede social com mais de 181 mil seguidores, meio que utiliza para divulgar plataformas de mídia utilizadas por ela.
O delegado titular da delegacia Especializada de Antissequestro, Alyson Pequeno, informou que o casal faz parte de uma organização criminosa composta por mais três pessoas, onde um deles já foi preso no dia 19 de dezembro de 2023, e os outros dois seguem foragidos.
“Eles imitam a mesma tática do pessoal de São Paulo e Rio de Janeiro. Não são da mesma organização, mas copiavam. Eles podem pegar mais de oito a quinze anos por cada crime, fora a corrupção de menor, pois um participou de uma das ações, e tortura”, explicou o delegado.
O delegado explicou que a organização criminosa agendava encontros em residências localizadas nos municípios de Vila Velha e Serra. Ao chegarem, as vítimas eram subjugadas, ameaçadas e coagidas a fornecer suas senhas bancárias. Após obter todo o dinheiro disponível, o grupo se dirigia aos amigos e familiares das vítimas.
Os suspeitos entravam em contato com eles, tentando extorquir dinheiro mediante a ameaça de causar mais danos aos sequestrados. O delegado Alyson informou que pelo menos 20 pessoas foram identificadas como vítimas da organização criminosa, mas esse número pode ser ainda maior.
“Eles já chegam machucados e com marcas, mas liberamos para realizar exames, pois a prioridade é que eles se cuidem. Até o momento são pouco mais de 20 vítimas, mas acreditamos ter mais e pedimos que compareçam para registrar denúncia. Aqui não tem julgamento”, disse o delegado.
A polícia detalhou que foi em uma dessas ameaças feita a família dos sequestrados, que o grupo acabou sendo identificado.
“A família (de um sequestrado) procurou a polícia porque a pessoa estava desaparecida e o sequestrador pediu dinheiro. Isso foi em 24 de novembro”, afirmou o titular da Delegacia Especializada de Antissequestro, delegado Alyson Pequeno.