Caso juiz executado: Vítima foi baleada na cabeça a 300m de casa, diz polícia

Conforme a investigação inicial, o juiz estava ao volante de seu próprio veículo quando foi cercado por um carro vermelho ocupado por suspeitos armados.

Juiz atendia pessoas de poder e crime tem haver com o trabalho, diz irmão | Foto: Reprodução
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A Polícia Civil de Pernambuco divulgou as primeiras informações sobre a investigação do assassinato do juiz do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) Paulo Torres Pereira da Silva, de 69 anos. A vítima foi baleada na cabeça a 300 metros de casa, e não teve os seus bens roubados. A principal linha é que tenha sido uma execução.

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O crime aconteceu na noite desta quinta-feira (19), em Candeias, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Segundo a delegada Euricélia Nogueira, que estava de plantão na Força-Tarefa de Homicídios quando a Polícia Civil foi acionada, agentes se dirigiram ao local pouco depois do ocorrido para realizar a perícia na cena do crime.

"A gente verificou as mãos, as costas, abdômen e nós encontramos apenas um disparo na cabeça, mas isso não significa que não possa ser encontrado outro disparo [...] A perícia realizada no local não identificou nenhuma marca de tiro no veículo. No local foi encontrado o celular da vítima, uma toalha e uma garrafa d’água”, afirmou a delegada.

Foram coletadas imagens de câmeras de segurança próximas ao local do crime, a cerca de 300 metros da casa do juiz. Os circuitos de segurança e o resultado da perícia foram entregues ao delegado Roberto Ferreira, titular da 12ª Delegacia de Polícia de Homicídios, responsável pela investigação.

Segundo o delegado Roberto Ferreira, responsável pela investigação, nenhuma linha de investigação está descartada até o momento. Isso porque o irmão do juiz, acredita que a morte de Paulo Torres tem relação com o trabalho que desempenhava, pois ele “atuava em casos de disputa de terras, que envolvem pessoas de poder”.

“Nós daremos início a investigação de seguimento, ou seja, a intimação de testemunhas, familiares e a análise de provas técnicas. Após a coleta de todos esses dados, nós poderemos levantar alguma linha de investigação. Nesse momento, é prematuro que a gente feche qualquer tipo de hipótese. Nós iremos avaliar todas as linhas de investigação”, afirmou o delegado.

- “Todos querem desvendar e punir”, diz presidente do TJ sobre assassinato de juiz

O presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJ-PE), Luiz Carlos Barros Figueiredo, se manifestou sobre o assassinato do juiz Paulo Torres Pereira da Silva. Segundo ele, todos estão preocupados e indignados com a motivação e a prisão dos envolvidos no crime. Porém, a investigação requer “muita cautela para não errar, porque o momento agora é de sociedades familiares”.

- Juiz atendia pessoas de poder e crime tem haver com o trabalho, diz irmão

Eurico Torres Pereira da Silva, irmão do juiz Paulo Torres, questionou a situação. “Não acreditamos em briga de trânsito nem em assalto. Esse crime bárbaro e desumano tem relação com o trabalho que ele desempenhava sempre com muito sigilo. Juiz é uma classe muito visada por trabalhar com a justiça. Tenho certeza que meu irmão não se venderia. E apesar de trabalhar na área cível, ele atuava em casos de disputa de terras, que envolvem pessoas de poder”, relatou  Eurico Torres Pereira da Silva, irmão do juiz Paulo Torres Pereira da Silva, ao GLOBO.

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