Celas de concreto, sob mira de fuzil: como é o presídio onde Ronnie Lessa está preso

Para especialistas da área de segurança pública, a contribuição do réu com informações pode esclarecer vários pontos do caso.

Cela de presídio é completamente tampada por aço e concreto | Reprodução/ Rede Globo
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Ronnie Lessa, preso pela morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, está detido desde 2020 na Penitenciária Federal de Campo Grande. Ele está detido em cela única com privada, cama, mesa, banco e um chuveiro. Escolta sob mira de fuzil 24h por dia e um sistema de vigilância extremamente minucioso.

Foi de dentro da Penitenciária Federal da capital de Mato Grosso do Sul que Ronnie Lessa iniciou a colaboração com as investigações do caso Marielle Franco. Para especialistas da área de segurança pública, a contribuição do réu com informações pode esclarecer vários pontos do caso.

Celas de concreto (Foto: Reprodução)

Com segurança máxima e um local impenetrável, as penitenciárias federais são os cárceres mais rigorosos do Brasil. Afinal, como são esses locais? Veja abaixo algumas curiosidades.

Penitenciaria (Foto: Reprodução)

Cela de concreto

Cada cela possui 7m², sendo fechada e revestida por uma camada espessa de concreto e aço. Os presos passam de 22 a 23 horas dentro do recinto. O banho de sol é mais comum em outros tipos de prisões. A cela única abriga:

  • Cama com colchão;

  • Sanitário;

  • Pia;

  • Chuveiro;

  • Banco.

Diferente de outras unidades prisionais brasileiras, os presídios federais, administrados pelo Ministério da Justiça, não sofrem com superlotação. Segundo a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), não há registros de tentativas de fuga ou rebeliões nessas unidades.

O sistema é rígido, com o chuveiro ligado em horário determinado, sendo o único horário disponível para o banho do dia. A comida chega por uma portinhola, sendo recolhida e inspecionada antes de entrar na cela. Até o lixo dos presos passa por perícia.

Vigilância contínua

A segurança nas penitenciárias federais é rigorosa, com policiais penais federais armados com fuzis e outras armas de grosso calibre. Funcionários e visitantes passam por quatro níveis de revistas, enquanto os presos também são revistados pessoalmente. Não há televisão, jornais, revistas ou acesso a celular na prisão, permitindo apenas leituras de livros, revistas, apostilas de cursos e conteúdos religiosos.

Fora da cela, os presos só andam com as mãos algemadas, inclusive no percurso da cela até o pátio onde tomam sol. A regra da algema também se aplica ao parlatório e ao pátio de visitas, que ocorrem esporadicamente.

Vigilância com fuzil (Foto: Reprodução)

Visitas restritas

Desde 2018, não há visita íntima nas penitenciárias federais, após uma portaria do Ministério da Justiça. As visitas ocorrem no parlatório, uma sala onde o preso e o visitante se comunicam por telefone através de um vidro grosso. Para visitar um preso, é necessário passar por um cadastro rigoroso e por uma revista dividida em quatro níveis.

Presos de alta periculosidade

O Sistema Penitenciário Federal (SPF) isola as lideranças de facções e os presos de alta periculosidade. Para serem direcionados a essas penitenciárias, os criminosos devem ter desafiado o Estado. O processo de inserção de presos é complexo, envolvendo decisões de dois magistrados, ao menos, além de pareceres do Departamento Penitenciário Nacional.

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