Cláudio Castro diz que “não se trata de briga, mas de uma verdadeira máfia”

Durante a coletiva, Cláudio Castro reafirmou que o problema da violência atinge o Brasil como um todo e não somente o Estado do Rio.

A coletiva foi realizada fundamentada nos assassinatos dos três médicos | Reprodução/Domingos Peixoto / Agência O Globo
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O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou, em uma coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (06), que o estado é alvo de “uma briga de milicianos e traficantes”, e que a máfia tem tomado posse do comércio e instituições. O líder estadual destacou ainda medidas com o auxílio do Governo Federal no combate ao crime no RJ.

“Fazer um assassinato bárbaro em lugar público, sabidamente monitorado por câmeras, e depois fazer o seu próprio julgamento e punir aqueles que fizeram o crime bárbaro? É uma prova de que não estamos lidando só com uma facção [...] Não estamos falando mais de uma briga de milicianos e traficantes. Estamos falando de uma verdadeira máfia, uma máfia que tem entrado nas instituições, nos poderes, nos comércios, nos serviços e no sistema financeiro nacional”, disse o governador.

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A coletiva foi realizada fundamentada nos assassinatos dos três médicos, que aconteceu na madrugada desta quinta-feira (5) em um quiosque localizado na Praia da Barra da Tijuca. Dois suspeitos de envolvimento no crime foram encontrados mortos na noite de ontem. 

"[A máfia] tem seus próprios tribunais e vem atuando nas mais diversas esferas. Essa máfia vem se expandindo no território nacional”, afirmou o governador.

Diego Bomfim à esquerda; no meio, Perseu Ribeiro Almeida; Marcos de Andrade Corsato à direita | Reprodução

Cláudio Castro, no entanto, reafirmou que o problema da violência atinge o Brasil como um todo e não somente o Estado do Rio. Na última sexta-feira (29), o governador afirmou que o estado virou “refúgio para criminosos” de outras regiões brasileiras.

“Estamos aqui para falar de um problema que não é somente do estado do Rio de Janeiro, é um problema do Brasil. Esse é um problema que só conseguiremos ter sucesso no combate à criminalidade se for um combate de todos. Governo federal, todos os estados, prefeituras [...] As investigações continuam. Não iremos parar por aqui. Não é porque se acharam corpos que as investigações vão parar. As investigações vão ser ampliadas, vão continuar. Não retrocederemos um milímetro sequer para essas máfias”, disse Cláudio Castro.

Por fim, Castro ainda mencionou que a inteligência da polícia planejava uma operação para prender os suspeitos do crime quando foi surpreendida com a localização dos corpos dentro de dois carros, na Zona Oeste. Ele também se solidarizou com as famílias das vítimas e reconheceu o trabalho de investigação no caso.

“Estávamos prontos para fazer incursões para prender esses suspeitos quando fomos surpreendidos com esse pseudo tribunal do tráfico tendo os punido”, disse.

Suspeitos pelo crime foram encontrados mortos | FOTO: Reprodução

Durante a coletiva de imprensa, o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli também se manifestou sobre o fato. Complementando o governador, ele afirmou que a violência destrói a economia e afronta o estado democrático de direito. Ele disse ainda que é preciso unir esforços no combate às organizações criminosas interestaduais, nacionais e "muitas vezes transnacionais".

“Não há outro caminho a não ser a sociedade brasileira, as instituições darem as mãos. É um desafio do país”, disse Ricardo Cappelli.

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