A funcionária pública Dilta Ramos Araújo, 54 anos, acredita que nunca irá superar o trauma de a filha, Elize Araújo Kitano Matsunaga, ter assassinado e esquartejado o marido, Marcos Kitano Matsunaga. O crime virou de "cabeça para baixo" a vida da mãe em Chopinzinho, no Paraná, cidade onde Elize nasceu e foi criada. Há cerca de 10 anos, a viúva do executivo da Yoki foi para Curitiba estudar enfermagem. Três anos depois, seguiu para São Paulo, onde estudou Direito. A mãe conta que a filha só queria trabalhar e estudar para ter uma vida melhor. As informações foram publicadas no jornal Folha de S. Paulo.
Elize é a mais velha de três irmãs. Estudiosa, tirava boas notas no colégio Cenec, escola particular de sua cidade natal. Dilta revela que recebia telefonemas da filha pelo menos uma vez por semana. Nas datas como Natal e Dia das Mães, Elize mandava presentes. Mesmo assim, nunca contou detalhes de como levava a vida em Curitiba e São Paulo. A mãe também desconhece que a filha tenha trabalhado como garota de programa ou tenha enfrentado problemas no casamento com Matsunaga. Nas vezes em que o casal esteve em Chopinzinho, nunca percebeu nada de errado.
Empresário é esquartejado
Executivo da Yoki, Marcos Kitano Matsunaga, 42 anos, foi considerado desaparecido em 20 de maio. Sete dias depois, partes do corpo foram encontradas em Cotia, na Grande São Paulo. Segundo a investigação, o empresário foi assassinado com um tiro e depois esquartejado. Principal suspeita de ter praticado o crime, a mulher dele, a bacharel em Direito e técnica em enfermagem Elize Araújo Kitano Matsunaga, 38 anos, teve a prisão temporária decretada pela Justiça no dia 4 de junho. Ela e Matsunaga eram casados há três anos e têm uma filha de 1 ano. O empresário era pai também de um filho de 3 anos, fruto de relacionamento anterior.
De acordo com as investigações, no dia 19 de maio, a vítima entrou no apartamento do casal, na zona oeste da capital paulista e, a partir daí, as câmeras do prédio não mais registram a sua saída. No dia seguinte, a mulher aparece saindo do edifício com malas e, quando retornou, estava sem a bagagem. Durante perícia no apartamento, foram encontrados sacos da mesma cor dos utilizados para colocar as partes do corpo esquartejado do executivo. Além disso, Elize doou três armas do marido à Guarda Civil Metropolitana de São Paulo antes de ser presa. Uma das armas tinha calibre 380, o mesmo do tiro que matou o empresário.
Em depoimento dois dias depois de ser presa, Elize confessou ter matado e esquartejado o marido em um banheiro do apartamento do casal. Ela disse ter descoberto uma traição do empresário e que, durante uma discussão, foi agredida. A mulher ressaltou ter agido sozinha.