Na última sexta-feira (26), o Ibama e o ICMBio realizaram a operação Acupary, que resultou na desarticulação de uma atividade criminosa de apoio a garimpos ilegais ocorrendo em terras protegidas e unidades de conservação no Baixo Tapajós, Pará. A operação concentrou-se na região da BR 230, onde foram descobertas quatro pistas de pouso improvisadas utilizadas para facilitar o crime. Durante as ações de fiscalização, a equipe do Ibama apreendeu cinco aeronaves, três camionetes, 42 mil litros de diesel destinados às máquinas de mineração, 1.600 litros de gasolina de aviação, além de uma pistola com numeração raspada e uma carabina.
As quatro aeronaves apreendidas durante a operação foram completamente alteradas pelos criminosos com o propósito de transportar cargas para os garimpos. Segundo os fiscais, essas modificações representam um risco para a navegação aérea, o meio ambiente e as comunidades que já estão ameaçadas pelos garimpeiros na região. O Ibama deu início às ações precursoras para combater as atividades dos garimpeiros na comunidade da Terra Indígena Munduruku, seguindo a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) no contexto da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709.
Após o início da operação Xapiri, em fevereiro de 2023, o Ibama constatou que diversas aeronaves anteriormente envolvidas em atividades de garimpo na Terra Indígena Yanomami migraram suas operações para a bacia do Tapajós. O uso da aviação no garimpo possibilita um maior alcance das frentes de expansão da mineração ilegal, acelerando o processo de exploração. Essa prática é considerada a atividade mais expressiva em termos de volume de capital investido nessa empreitada ilegal. No entanto, é importante ressaltar que a aviação de garimpo também expõe a população a sérios riscos de acidentes aéreos.
Devido à impossibilidade de remover os equipamentos apreendidos na BR 230, eles foram inutilizados no local. As aeronaves utilizadas na logística da mineração ilegal não possuem registros de manutenção, e sua real condição operacional é desconhecida, tornando inviável sua retirada por via aérea. Além disso, a remoção dos equipamentos por terra implicaria passar por vários pontos de controle de organizações criminosas, aumentando significativamente o risco de emboscadas.
(Com informações do Ibama)