Julgamento: Policial que assassinou juíza Patrícia Acioli pode pegar 36 anos de prisão

Cabo é o primeiro dos 11 PMs acusados de matar juíza que vai a julgamento.

Juíza morta por policiais. | Reprodução
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O primeiro dos 11 policiais militares acusados de executar a juíza Patrícia Acioli, em agosto do ano passado, será julgado nesta terça-feira. Assassino confesso da magistrada, o cabo Sérgio Costa Júnior terá seu futuro decidido por um júri popular na 3ª Vara Criminal de Niterói.

Denunciado por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha armada, o suspeito pode pegar pena de até 36 anos de prisão, mas o tempo pode ser reduzido de um a dois terços devido ao regime de delação premiada.

Sérgio foi o único suspeito que contou detalhes do crime em troca da redução da pena.

De acordo com o promotor de Justiça Leandro Navega, o acusado confirmou apenas a participação no homicídio, denunciando outros policiais militares. O Ministério Público espera agora que ele confesse também a atuação na quadrilha armada.

?A gente não tem dúvida da participação no homicídio. Ele já confessou que disparou 18 dos 21 tiros que atingiram a juíza. Mas vamos julgar outro crime importante.

Ele apenas comentou irregularidades cometidas por policiais do 7º BPM (São Gonçalo), que entendemos como formação de quadrilha armada?, explica o promotor.

A estratégia da defesa é ressaltar a importância das informações passadas por Sérgio para conseguir a maior redução de pena possível.

Advogado do policial, o defensor público Jorge Alexandre de Casto Mesquita adianta que seu cliente vai manter a versão apresentada em seu depoimento em juízo. A defesa deve utilizar três ou quatro testemunhas.

?Se não fosse o depoimento de Sérgio, o processo se reduziria a apenas três acusados, com possível absolvição de todos, diante da fragilidade das provas até aquele momento. Com seu depoimento, o processo sofreu uma reviravolta, e o envolvimento agora é de 11 acusados. Assim, nota-se a importância do depoimento para o desfecho da causa?, defende Mesquita.

Familiares confiam na condenação

Familiares de Patrícia estão certos quanto à condenação do cabo Sérgio. Primo da juíza, Humberto Nascimento acredita que o acusado pode colaborar ainda mais e confessar a formação de quadrilha.

?Ele pode falar sobre a questão da venda de armas para traficantes, pagamento de ?arrego? (propina) e o próprio envolvimento do coronel Cláudio (tenente-coronel Claudio Luiz Silva de Oliveira, ex-comandante do 7º BPM (que também está preso). Ele sabe mais do que disse?, comenta .

Patrícia foi executada com 21 tiros quando chegava à sua casa, em Niterói. A juíza teria sido morta por investigar autos de resistência forjados por policiais do 7º BPM.

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