O sequestro e assassinato de Celso Daniel chocou o Brasil em 2002 e ainda repercute por todo o país. Ele foi eleito deputado federal em 1994, e duas vezes prefeito de Santo André, Celso Daniel, além de ser um dos políticos mais proeminentes e cotados para grandes cargos políticos do Partido dos Trabalhadores (PT) na época.
O crime ocorreu quando a vítima estava saindo de uma churrascaria, e foi abordada por vários carros em uma área residencial. Celso Daniel foi sequestrado e assassinado de forma brutal, sem pedido de resgate.
A história fica ainda mais enigmática e fúnebre com o passar do tempo. Sete pessoas que testemunharam o caso foram assassinadas em circunstâncias suspeitas.
Antes de serem mortas, testemunhas disseram que viram o carro de Celso passar em alta velocidade, sendo seguido por outros três carros: uma caminhonete Chevrolet Blazer, um Volkswagen Santana e um Fiat Tempra. A perseguição se estendeu por 3 km até o carro da vítima ser fechado pelos criminosos na rua Antônio Bezerra, na zona sul de São Paulo.
Seis homens armados desceram dos carros e começaram a atirar em direção a Mitsubishi, atingindo o parabrisa e o lado do passageiro com vários disparos. Porém, a forte blindagem impediu que os tiros atingissem o interior do carro.
Os criminosos então abriram as portas do carro e levaram Celso Daniel para o interior de um de seus veículos. Dois dias depois, no domingo de manhã, o corpo de Celso Daniel foi encontrado por moradores da região no meio de uma estrada de terra, localizada no município de Juquitiba.
O corpo apresentava diversas marcas de tiros e sinais de tortura, como escoriações e queimaduras. Os braços e pernas estavam contraídos, o que na linguagem técnica é chamado de espasmo cadavérico. Isso significa que antes de morrer, houve sofrimento, medo e possivelmente tortura da vítima. Celso Daniel morreu baleado após sofrer torturas de extrema violência.
INVESTIGAÇÕES
Inconformados com a rapidez e as falhas nas investigações da polícia, a família de Celso Daniel pressionou as autoridades para que o caso fosse reaberto. O Ministério Público de São Paulo decidiu abrir o inquérito mais uma vez. As suspeitas de que o sequestro de Celso Daniel foi encomendado e de que a morte do prefeito teria sido uma queima de arquivo foram as principais motivações.
Em 2012, seis integrantes da quadrilha da favela do pantanal foram condenados a mais de 18 anos pela morte de Celso Daniel. Todos confessaram suas diferentes participações no crime.
Apesar do julgamento, o caso Celso Daniel ainda desperta dúvidas. Ainda existem pontas soltas substanciais para entender o caso, fazendo com que o assassinato de Celso Daniel ainda ganhe repercussão no país.