Motorista gravou vídeo para esposa após levar tiro: 'Tô na ambulância'

Novais chegou a passar por cirurgias no Hospital Geral de Guarulhos, onde foi levado para a UTI.

Celso Araújo | Reprodução
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Socorrido após ser baleado nas costas no ataque a um delator do PCC no aeroporto de Guarulhos na sexta-feira (8), o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, 41, gravou um vídeo enquanto estava dentro da ambulância para contar o que aconteceu à esposa. Ele morreu no sábado (9).

O motorista de app estava no saguão do aeroporto de Guarulhos quando foi baleado. Segundo a funcionária pública Simone Fernandes de Novais, 41, esposa do motorista, ele havia estacionado em uma fila formada por veículos de motoristas de aplicativo e aguardava ser acionado por algum passageiro. "Em seguida, começaram os tiros e ele foi baleado", contou Simone ao UOL.

Novais chegou a passar por cirurgias no Hospital Geral de Guarulhos, onde foi levado para a UTI. Segundo a esposa, ele perdeu um dos rins e parte do fígado. "Ele sangrou muito, e isso fez com que o estado de saúde dele piorasse", disse ela.

O ataque que vitimou Novais e Gritzbach deixou outras duas pessoas feridas. Funcionário de uma empresa terceirizada do aeroporto, Willian Sousa Santos, 39, sofreu ferimentos na mão direita e no ombro e teve alta neste sábado. Ferida superficialmente no abdômen, a técnica Samara Lima de Oliveira, 28, foi liberada do hospital na sexta-feira. Assim como Novais, eles não têm relação com o empresário.

Ele me mandou um vídeo pelo WhatsApp dizendo: 'Levei um tiro, tô na ambulância'. Mas, como estava ferido e com dificuldades para usar o celular, só registrou o trecho final da mensagem. Liguei em seguida, mas o telefone dele já estava na caixa postal. Depois, o amigo que estava com ele contou o que havia acontecido.

Celso era pai de três meninos com 20, 13 e 3 anos. "Ele era um pai muito dedicado e nunca deixou faltar nada para a família", disse Simone. Segundo a esposa, ele trabalhava como motorista de app havia mais de dez anos. Costumava sair de casa por volta das 7h30 para jornadas de trabalho de até 15 horas diárias.

Cerca de 30 minutos antes do ataque, Celso ligou para a esposa. Ele queria animar o filho de 13 anos, que estava triste após a fuga do seu cão. "Ele disse: 'quando eu voltar para casa, vamos comprar comida japonesa e comer com ele'. Depois, a notícia que tive dele foi de que havia sido baleado", contou Simone.

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