Mulheres trans são agredidas por 15 homens ao saírem de festa no Rio de Janeiro

A confusão se iniciou durante a saída do show, quando uma das mulheres foi empurrada por um homem na fila

Mulheres trans são agredidas por 15 homens | Reprodução
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Na última sexta-feira (19), na região da Lapa, no Rio de Janeiro, três mulheres, sendo duas delas trans, foram brutalmente agredidas por 15 homens. Zurialm, uma das vítimas e modelo, compartilhou em suas redes sociais os detalhes do momento de violências que ela e sua irmã passaram.

As agressões, tanto físicas quanto verbais, ocorreram na saída de um show de samba realizado no Casarão do Firmino. Fotos das vítimas foram divulgadas nas redes sociais, e agora elas estão preocupadas com sua própria segurança. O incidente está sob investigação da 5ª Delegacia de Polícia.

A confusão se iniciou durante a saída do show, quando uma das mulheres foi empurrada por um homem na fila. Em resposta, a modelo Zurialm o empurrou de volta. Nesse momento, as três mulheres, acompanhadas por uma amiga, foram retiradas à força do local por seguranças.

“Arrastaram a gente como se a gente fosse sacos de lixo, a gente tinha acabado de ter uma noite extremamente divertida, a gente não entendeu o porquê de toda aquela injustiça”, disse.

“Acordo hoje após 2 dias que fui violentamente agredida, junto com minhas irmãs, por um grupo de mais de 15 homens após sair do Casa Firmino ainda incrédula com tanta violência que passei. Eu e lua estamos com nossos corpos cheios de hematomas e eu, com meu nariz ainda quebrado aguardando uma cirurgia e o estabelecimento sequer publicou uma nota sobre o ocorrido, tudo continua acontecendo normalmente como se eu e minhas irmãs não tivéssemos quase morrido na frente desse lugar”, publicou Zurialm.

“Fui espancada por um grupo de homens, dentre eles seguranças, ambulantes e motorista do aplicativo  Uber, que após me retirar agressivamente do samba iniciaram uma agressão verbal com falas transfóbicas como: ‘pode bater que é tudo homem’, ‘nela (minha irmã sis) eu não bato mas em vocês dois eu meto a porrada’, ‘eu pensava que era mulher, senão já tinha batido antes’, nos jogaram no chão e nos chutaram por todo o corpo, cabeça e rosto”, detalhou.

Na área externa, uma discussão teve início. Ao tentarem entrar no carro de aplicativo que haviam solicitado para deixar o local, as irmãs foram recusadas pelo motorista devido à sua participação na briga, e ele começou a filmar a confusão. Em resposta, uma das mulheres agrediu o motorista. Ele, acompanhado pelos seguranças e vendedores ambulantes, passou a incitar violência contra o trio, utilizando termos ofensivos como "vagabundas".

Após alguns minutos, desistiram de utilizar o táxi e foram conduzidas por outras mulheres até uma viatura da Polícia Militar nas proximidades. Com uma das irmãs desacordadas, a modelo abriu a porta da viatura e a colocou no banco de trás. No entanto, os policiais ordenaram que ela saísse e chegaram a apontar suas armas. Somente após explicarem a situação, os policiais indicaram que, se estivessem feridas, deveriam chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e que só poderiam levá-las para a delegacia, o que foi aceito pelo trio.

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