Nesta quarta-feira(02), uma operação no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, resultou na morte de dez pessoas e deixou outras quatro feridas, incluindo um policial militar. Os feridos foram levados ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, por carros particulares, um mototaxista e um caveirão.
De acordo com relatos de moradores, a região foi alvo de um intenso tiroteio desde o início da manhã. Barricadas foram incendiadas para dificultar a circulação dos agentes de segurança, tornando a passagem de ônibus impossível em algumas vias da área.
No Hospital Getúlio Vargas, os dois feridos encontram-se em estado de saúde estável, enquanto o policial militar ferido foi transferido para o Hospital Central da Polícia Militar, localizado no Estácio.
Em frente ao hospital, familiares aguardam com para fazer o reconhecimento dos mortos. A direção da unidade de saúde está chamando um representante da família por vez para realizar o procedimento. Muitos familiares chegaram já sabendo da notícia da morte de seus entes e aguardam a oficialização dos fatos.
OBJETIVO DA OPERAÇÃO
A operação tem como objetivo prender os chefes do tráfico que atuam na Vila Cruzeiro, região do Complexo da Penha. Integram a grande operação agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Polícia Militar e Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e Polícia Civil. As equipes estão recebendo apoio de aeronaves e veículos blindados durante a operação, cujo objetivo é capturar os líderes da maior facção criminosa do Rio de Janeiro, que se encontram escondidos na região.
Segundo informações da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), a Vila Cruzeiro é um dos principais redutos desse grupo criminoso, onde os membros se organizam para planejar guerras e invasões em territórios de gangues rivais.
De acordo com a polícia, entre os mortos, dois foram identificados como Fiel, chefe do tráfico no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, e Du Leme, líder da quadrilha que atua no Morro da Chatuba, localizado no próprio Complexo da Penha. Durante a operação, sete fuzis foram apreendidos e também foram retiradas barricadas. A polícia afirmou que o policiamento no entorno da comunidade foi reforçado devido a ameaças de manifestações ordenadas pelo tráfico de drogas.