Renato Cariani usou dados de crianças para comprar hormônios, aponta investigação da PF

O objetivo de Cariani com o esquema, segundo a PF, seria comprar os hormônios por preços mais baixos.

Renato Cariani é réu por acusação de tráfico de drogas | Reprodução
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O influenciador fitness Renato Cariani usou dados de crianças para comprar hormônios de crescimento com desconto, segundo apontou o relatório da Polícia Federal sobre a investigação de desvio de produtos químicos para produção de drogas realizada pela empresa Anidrol Produtos para Laboratórios Ltda., na qual o influencer é sócio. O UOL apurou que o objetivo de Cariani com o esquema, segundo a PF, seria comprar os hormônios por preços mais baixos. 

De acordo com a informação que integra material coletado pela PF, durante uma troca de mensagens entre Cariani e uma amiga dele, ocorrida em julho de 2017, o influenciador pergunta se uma colega consegue providenciar o nome de duas crianças e dos pais delas para ele fazer as compras. "Consigo, sim", responde a amiga. "Já liguei lá. Fiz o cadastro e ela me enviou o número do voucher", escreveu a amiga do influenciador em uma das mensagens divulgadas em reportagem do UOL.

O conteúdo consta no relatório que originou a denúncia que tornou Cariani réu por tráfico de drogas. Apesar de constar nas investigações da corporação, não há, nesse momento, um inquérito em andamento pelo MP de São Paulo sobre essas mensagens. Elas não constam na denúncia do MP contra o influencer.

O UOL entrou em contato com o advogado Aldo Romani Netto, que representa Cariani, mas não houve manifestação até a publicação desta matéria.

Quem é Renato Cariani

Renato Cariani é fisiculturista e influencer fitness, com mais de 4 milhões de inscritos em seu canal no YouTube. Graduado em Química pela Universidade Metropolitana de Santos, ele exibe em suas biografias nas redes sociais que é professor de química, além de professor de educação física, empresário e youtuber. Ele se apresenta como coach e instrutor de condicionamento físico, é atleta profissional de fisiculturismo e também participa de competições nacionais e internacionais.

Cariani e mais quatro pessoas são réus por suspeita de tráfico de drogas. Eles são acusados de desviar produtos químicos para a produção de drogas, conforme investigação conjunta do MPSP e da Receita Federal, realizada entre os anos de 2014 e 2020. De acordo com o MP, os réus, "pelo menos sessenta vezes, produziram, venderam e forneceram, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, mais de doze toneladas de produtos químicos destinados à preparação de drogas".

Além disso, o grupo é acusado de ocultar a procedência do dinheiro proveniente do tráfico, convertendo aproximadamente R$ 2.407.216,00 em ativos lícitos, por meio de depósitos em espécie, segundo o MP.

A operação, segundo a Polícia Federal (PF), envolveu a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas para vender produtos químicos em São Paulo, utilizando "laranjas" para depósitos em espécie, simulando serem funcionários de grandes multinacionais. A empresa foi alvo de busca e apreensão pela PF na última semana. 

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