Saiba quem era a professora que morreu durante atendimento em UPA de Goiás

Por meio das redes sociais, Jhader, marido da vítima, compartilhou que uma das grandes paixões de Nathali era frequentar a igreja

Nathali Haydee Cunha | Reprodução
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A paciente Nathali Haydee Cunha, que morreu em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Águas Lindas de Goiás, no entorno do Distrito Federal, era uma pessoa muito querida por amigos e familiares. O esposo dela, o professor Jhader de Melo Montalvão, alega negligência por parte do médico Pablo Henrique e chegou a agredir o profissional. Por sua vez, o médico afirmou que não ocorreu negligência no atendimento e tratamento.

Por meio das redes sociais, Jhader compartilhou que uma das grandes paixões de Nathali era frequentar a igreja. Como testemunhas de Jeová, o casal documentava diversos momentos de fé por meio de fotografias compartilhadas online.

Em suas postagens, expressavam declarações de amor, como em uma foto em que aparecem juntos segurando uma moldura adornada com flores, na qual Jhader escreveu: “Sempre é maravilhoso estar ao seu lado, te amo, minha linda”. Em resposta, ela comentou: “Te amo, meu preto”.

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A dedicação à família era uma característica notável em Nathali. Além de ser a advogada do marido, Fábio Cavalcanti também desfrutava de uma amizade próxima com a família.

“Era uma pessoa alegre, excelente mãe. A família mesmo falava que ela era a base da família, todos recorriam a ela para buscar conselhos”, disse.

Nathali dedicou 11 anos ao ensino em escolas de Goiás e do Distrito Federal. Nos últimos dois anos, concentrou-se em ministrar aulas particulares em sua residência. A professora deixa para trás o marido e dois filhos, um filho de 11 anos e uma filha de 15. A Polícia Civil está atualmente investigando as circunstâncias de sua morte.

Entenda o caso

Nathali Haydee, de 36 anos, morreu em uma UPA e tornou-se caso de  policia em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Ela foi internada e não recebeu os atendimentos necessários e faleceu. A causa da morte ainda não foi revelada. Após constatar o óbito, o marido dela agrediu o médico Pablo Henrique de Araújo Leal ainda na unidade hospitalar.

“O marido foi lá no médico e falou: 'Doutor, a situação está pior, a minha esposa parece que está com o corpo ficando gelado, está ficando pálida. Ela disse que não quer morrer, ela disse que está sentido que está morrendo, faz alguma coisa'. Mas o médico falou: 'não, eu tenho que esperar o soro acabar'”, disse o advogado da família.

Mais tarde, Jhader procurou novamente por Pablo, mas não conseguiu encontrá-lo. Nesse momento, uma professora de enfermagem observou a situação e comentou: "Essa mulher não deveria estar aqui, precisa estar na sala vermelha. Ela está em estado crítico; algo precisa ser feito. Não é adequado que ela esteja aqui". A resposta recebida foi que o médico responsável estava a caminho e seria ele quem cuidaria da situação, de acordo com o relato do advogado.

Quando Pablo retornou à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), foi informado sobre a condição crítica de Nathali. Segundo o marido, a paciente estava gritando de dor, se debatendo e retirando à força a medicação do braço na tentativa de aliviar a dor. Foi nesse momento que o médico elevou a voz para a mulher, pedindo que ela se calasse.

“A esposa começou a debater na sala, espernear e gritar de dor. Nesse momento, o médico disse: ‘é melhor você calar a boca, essa dor toda não é para isso’”, contou o advogado.

Nathali começou a apresentar episódios de desmaio e foi encaminhada para a "Sala Vermelha", uma área de emergência. Conforme relatado pelo advogado, após algum tempo, outro médico saiu dessa sala e informou a Jhader sobre o falecimento de sua esposa.

Em relação à agressão, de acordo com o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, o incidente contra o médico ocorreu na tarde da segunda-feira (11), o mesmo dia do óbito de Nathali. O esposo da paciente admitiu aos policiais que ficou abalado com a notícia da morte de sua esposa e, por esse motivo, invadiu a sala do médico para agredi-lo.

Um exame de corpo de delito confirmou que o médico sofreu um ferimento de três centímetros em uma das pálpebras, resultado dos socos desferidos durante o episódio. Ambos foram conduzidos à Delegacia de Águas Lindas de Goiás, onde foi elaborado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) contra Jhader, acusado do crime de lesão corporal.

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