O secretário da Segurança Pública do de São Paulo (SSP-SP), Guilherme Derrite, afirmou nesta quarta-feira (2 de agosto) que denúncias de tortura e execuções durante ação da Polícia Militar no Guarujá, no litoral paulista, “não passam de narrativa”. O questionamento veio diante das mortes ocorridas durante a operação na região.
"Não passa de narrativa. Essas narrativas de que houve tortura, que foram executados. Todos os exames do Instituto Médico Legal, as necrópsias não apontam nenhum sinal de violência, muito menos de tortura. É um documento oficial", disse ele em discussão durante a CPI do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).
Durante a discussão, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) aproveitou o momento e o questionou sobre a atuação das forças policiais no litoral. A ação iniciou-se na última sexta-feira (28) após o PM Patrick Bastos Reis, da equipe Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), ter sido morto na última quinta-feira (27), durante patrulhamento.
"O que existe pela primeira vez no estado de São Paulo é um governador que tem coragem de enfrentar o crime organizado", enfatizou Derrite, em referência a Tarcísio de Freitas (Republicanos), líder estadual.
O ouvidor da das polícias de São Paulo afirma que vem recebendo “série de possíveis violações de direitos na região, à margem da legalidade” de movimentos sociais da localidade. Os grupos que se opõem à operação enfatizam uma série de possíveis violações de direitos em Guarujá.
"Diversos órgãos de direitos humanos vêm relatando uma série de possíveis violações de direitos na região, à margem da legalidade, com indicativos de execução, tortura e outros ilícitos nas ações policiais na região, por ocasião da referida operação", apontou o ouvidor.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas se posicionou sobre a operação, e segundo ele, "a gente precisa botar na cabeça que a Baixada Santista foi tomada pelo crime organizado". O líder estadual também lamentou pelos agentes que foram baleados nos últimos dias e disse que não há respeito pelos profissionais que trabalham pela segurança pública. Tarcísio ainda ressaltou que a sociedade está "vivendo clima de terror" e "não suporta mais violência".
O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos manifestou preocupação com a Operação Escudo e pediu "investigação imediata, completa e imparcial".
"Estamos preocupados com as mortes e pedimos uma investigação imediata, completa e imparcial, de acordo com os padrões internacionais relevantes - particularmente o Protocolo de Minnesota sobre a Investigação de Mortes Potencialmente Ilegais - e que os responsáveis sejam responsabilizados", afirmou Marta Hurtado, porta-voz do Alto Comissariado, em nota enviada ao g1.