Mais um crime bárbaro foi registrado no Rio de Janeiro. Desta vez, uma mulher trans de 34 anos, Julia Nicoly Moreira da Silva, técnica de enfermagem, foi encontrada morta em sua casa no Parque São Vicente, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Ela foi esfaqueada e amordaçada. Acredita-se que tenha sido vítima de um crime de ódio, pois já havia sido atacada anteriormente.
A vítima trabalhava para a Organização Social (OS) Ideias, bem como no Hospital Getúlio Vargas Filho, o Getulinho, em Niterói, loalizado na Região Metropolitana do Rio, e no Hospital da Mulher de São João de Meriti, na Baixada. Sua irmã, Laura, enfatizou o compromisso de Julia com a profissão e sua personalidade extrovertida, sempre animando e cuidando dos pacientes.
A descoberta do ocorrido foi feita pelos vizinhos de Julia, quando crianças que brincavam próximas à casa dela avistaram dois homens saindo do imóvel no carro da técnica de enfermagem. Essas crianças alertaram seus pais, que foram até a residência e a encontraram com ferimentos de facadas, principalmente nas costas, pulmão e pescoço.
A polícia encontrou o veículo da vítima com várias manchas de sangue em Belford Roxo, mas apenas seu celular foi roubado, já que documentos, dinheiro e cartões foram deixados no veículo.
Julia havia sido vítima de outro ataque em julho de 2021, quando foi esfaqueada por um homem em sua casa. Ele foi preso em flagrante e condenado por tentativa de feminicídio. Cerca de um ano após esse primeiro crime, Julia recebeu uma ameaça, supostamente feita pelo mesmo homem.
O corpo de Julia será sepultado no Cemitério da Solidão, em Belford Roxo, nesta quinta-feira (27). A família clama por justiça diante dessa tragédia e crueldade.