Viúvo revela últimas palavras antes da tragédia que levou a morte da esposa na Avenida Brasil

Segundo a polícia, os disparos foram efetuados para “interromper a investida repentina e violenta” do veículo

Elaine Esteves Pereira não resistiu ao tiro após acidente de carro ao lado do marido | Erika Adida/Reprodução
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O corpo de Elaine Esteves Pereira, de 39 anos, cozinheira morta por um disparo efetuado por um policial civil após o carro em que estava com o marido colidir com um veículo da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) na Avenida Brasil, foi velado na manhã desta segunda-feira (12) no Cemitério Parque da Paz, em Itaboraí, Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Abalado, o viúvo Carlos André Alves de Almeida, de 48 anos, relatou que o casal estava sendo perseguido por outro carro e que chegou a sentir alívio ao avistar o veículo policial. “Eu achei que estávamos a salvo quando vimos o carro da polícia. Falei: ‘Amor, fica calma que é a polícia’. Achei que a polícia seria nossa salvadora, mas o que aconteceu foi uma tragédia ainda maior”, lamentou o viúvo, lembrando que, após os disparos cessarem, sua esposa começou a se sentir mal.

Abalada, Elaine ainda conseguiu abrir a porta do carro e soltar o cinto de segurança, mas, segundo o marido, ela começou a desfalecer.

Registro do casal  Elaine Esteves Pereira e Carlos André em momento de lazer. (Foto: Reprodução)

“Ela soltou o cinto, abriu a porta e desmaiou ali no canteiro, no barranco”, disse Carlos André, que inicialmente pensou que ela tivesse apenas perdido a consciência."

Elaine deixa duas filhas, e durante o velório, Márcia Eduarda Pereira de Jesus, de 24 anos, expressou sua dor em gritos de desespero.

“Eu te amo, eu te amo. Mãe, levanta daí. Mãe, por favor, acorda. Diz que é mentira. Meu Deus, meu Deus”.

A jovem, pedindo justiça, chorava intensamente. “Minha luz, minha melhor amiga. Não me deixa. Está doendo muito. Me desculpa por qualquer coisa, mãezinha”, dizia ao lado do corpo da mãe.

momento da Perseguição

A tragédia ocorreu na altura de Barros Filho, na Zona Norte do Rio. Elaine e o marido haviam saído de uma festa e, ao seguirem pela Estrada da Água Branca, foram abordados por um homem em outro carro, que alegou que o casal havia batido no veículo dele e pediu que encostassem.

Carro da polícia que ficou com a parte traseira danificada após a colisão do carro do casal. (Foto:  Erika Adida)

Carlos André afirmou que ele e Elaine não perceberam a colisão e, com receio de parar às 3h da manhã, decidiram acelerar. O outro veículo os perseguiu, chegando a bater na traseira deles intencionalmente, segundo Carlos André. Tentando fugir, ele perdeu o controle do carro ao entrar na Avenida Brasil, colidindo com o comboio da DH.

Em nota, a Polícia Civil afirmou que o carro do casal estava "em fuga" e destacou a proximidade com a comunidade de Parada de Lucas. Segundo a polícia, os disparos foram efetuados para "interromper a investida repentina e violenta" do veículo.

Polícia Civil se posiciona

A Polícia Civil está investigando o caso. Veja a nota oficial:

"A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) informa que, durante os trabalhos de rotina realizados pelo Grupo Especial de Local de Crimes (GELC), na madrugada do dia 11/08/2024, por volta das 03h30, a equipe de policiais foi surpreendida por uma colisão na Avenida Brasil, próximo ao Trevo das Margaridas, quando um veículo em fuga atingiu uma das viaturas do comboio policial, próximo a um dos acessos da comunidade de Parada de Lucas."

Os policiais dispararam suas armas de fogo para interromper a investida repentina e violenta do veículo contra o comboio.

Após a estabilização da situação, os agentes constataram que uma mulher havia sido atingida. Imediatamente, acionaram o socorro médico, mas a vítima não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.

Apurou-se que o veículo envolvido na colisão com a viatura estava em fuga, pois momentos antes se envolvera em outra colisão de trânsito.

Todos os envolvidos foram conduzidos à Delegacia de Homicídios, e a CGPol foi acionada para conduzir as investigações.

A perícia do local foi realizada por uma equipe de peritos do ICCE/Sede."

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