Nesta quinta-feira (17), uma nova etapa da Operação Lesa Pátria foi lançada pela Polícia Federal (PF). Dentre os indivíduos visados por mandados de prisão, estão o pastor Dirlei Paiz, residente em Blumenau (SC), e a cantora evangélica Fernanda Oliver, natural de Tocantins. Eles são suspeitos de coordenar e promover a chamada "Festa da Selma" - um termo em código usado para incentivar a mobilização de caravanas em direção a Brasília durante o final de semana de 8 de janeiro.
Em uma ação que abrange seis estados - Distrito Federal, Goiás, Paraíba, Paraná, Santa Catarina e Bahia -, a PF está executando dez ordens de prisão e outras dezesseis de busca e apreensão. As ações foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Antes das manifestações controversas, o pastor Dirlei Paiz utilizou suas redes sociais para encorajar as viagens a Brasília, proclamando aquele fim de semana como um "momento patriótico". Em um vídeo postado em 6 de janeiro, ele orienta os procedimentos para embarcar em ônibus partindo de cidades catarinenses rumo à capital federal.
"Pessoal, tem ônibus ainda disponível para você ir a Brasília. Você entra em contato conosco e eu vou te passar todos os dados", afirma, acrescentando que as manifestações estão atingindo uma nova fase. Ele sugere que as pessoas deixem de se concentrar em frente aos quartéis e, em vez disso, acampem em frente ao Palácio do Planalto para exercer pressão e conquistar "a vitória que nós queríamos no dia 30 de outubro, quando fomos golpeados".
"Entendemos que esse é o momento que o povo precisa se aglutinar em Brasília em busca da sua liberdade, buscando a transparência naquilo que nós não concordamos na eleição de 2022. [...] O Brasil todo está se movimentando para esse ato de sábado, domingo e segunda-feira. Nós estamos conversando em alguns grupos. A estimativa é chegar a 4, 5 milhões em Brasília", declara no vídeo.
Engajamento nas redes sociais
O pastor, com base em Blumenau, coordenou a organização das caravanas por meio das redes sociais, embora não tenha participado das manifestações em Brasília.
Com uma base de seguidores superior a 130 mil no Instagram, a cantora Fernanda Oliver alcançou destaque nos acampamentos das manifestações ao criar uma música que ficou conhecida como o "hino das manifestações". Ela também transmitiu ao vivo o vandalismo do 8 de janeiro, incluindo cenas da marcha na Esplanada dos Ministérios e a incursão no Congresso Nacional.
De acordo com a PF, a denominada "Festa da Selma", incentivada pelos alvos da operação, era, na realidade, um termo cifrado utilizado para se referir às invasões.
"O termo foi utilizado para convidar e organizar transporte para as invasões, além de compartilhar coordenadas e instruções detalhadas para a invasão aos prédios públicos. Recomendaram ainda não levar idosos e crianças, se preparar para enfrentar a polícia e defendiam, ainda, termos como guerra, ocupar o Congresso e derrubar o governo constituído", conforme informado em comunicado das autoridades federais.
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