Uma colaboradora de Carlos Bolsonaro solicitou a uma assessora do então diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, dados referentes a investigações envolvendo membros da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Essa informação está registrada na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que fundamenta a operação realizada nesta segunda-feira (29) pela Polícia Federal.
Na mensagem, a assessora de Carlos Bolsonaro diz que está precisando muito de uma ajuda e envia dois números de inquéritos que, segundo a mensagem, envolvem o presidente da República e 3 de seus filhos.
Em 11 de outubro de 2022, Luciana escreveu
"Bom diaaaaa Tudo bem?
Estou precisando muito de uma ajuda"
Na sequência, envia a seguinte mensagem
"Delegada PF: Dra. ISABELA MUNIZ FERREIRA - Delegacia da PF Inquéritos Especiais
INquéritos: 73.830/73.637 (Envolvendo PR e 3 filhos)
Escrivão: Henry Basílio Moura"
"A solicitação de realização de ‘ajuda’ relacionada à Inquérito Policial Federal em andamento em unidades sensíveis da Polícia Federal indica que o NÚCLEO POLÍTICO possivelmente se valia do Del. ALEXANDRE RAMAGEM para obtenção de informações sigilosas e/ou ações ainda não totalmente esclarecidas" , escreveu Moraes.
Segundo o ministro do STF, as provas colhidas pela PF mostram que os suspeitos usaram a Abin não só contra adversários, mas também para "'fiscalizar' indevidamente o adnamento de investigações em face de aliados políticos".