Ailton Barros, ex-major do Exército e advogado, aliado de Mauro Cid, discutiu um golpe de Estado com o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) em dezembro de 2022. A informação é da âncora da CNN, Daniela Lima.
A Polícia Federal (PF) afirmou que esse aliado de Cid fazia parte de uma associação criminosa que falsificava registros de vacinação para o ex-ajudante de ordens e outras pessoas, incluindo o próprio Bolsonaro. A PF realizou uma operação para investigar o caso e Ailton Barros foi preso nesta quarta-feira (3).
A CNN teve acesso a três áudios que estão em posse da PF, nos quais Ailton descreve o "conceito da operação". Em um desses áudios, datado de 15 de dezembro, ele menciona a necessidade de pressionar o então comandante do Exército, Freire Gomes, a "fazer o que tem que fazer", entre aquele dia e o dia seguinte, sexta-feira. Segundo Leandro Resende, analista de Política da CNN, Freire Gomes assumiu o comando do Exército em março de 2022 e permaneceu no posto até dezembro do mesmo ano.
“Até amanhã à tarde, ele aderindo… bem, ele faça um pronunciamento, então, se posicionando dessa maneira, para defesa do povo brasileiro. E, se ele não aderir, quem tem que fazer esse pronunciamento é o Bolsonaro, para levantar a moral da tropa. Que você viu, né? Eu não preciso falar. Está abalada em todo o Brasil”, complementa.
As gravações obtidas pela Polícia Federal mostram Ailton Barros, ex-major do Exército e aliado de Mauro Cid, discutindo um possível golpe de Estado com o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro em dezembro de 2022. Ele descreve um plano que envolve pressionar o então comandante do Exército, Freire Gomes, a realizar um pronunciamento para dar início às ações.
Ailton também menciona a necessidade de ter todos os decretos e portarias prontos até o dia seguinte, 16 de dezembro, para garantir a ação dentro das "quatro linhas". No entanto, ele sugere que, se necessário, as ações poderiam ser realizadas fora das quatro linhas, incluindo a prisão do ministro Alexandre de Moraes pelo comandante da brigada de operações especiais de Goiânia.
A ideia era ler os decretos de garantia da Lei e da Ordem na segunda-feira, 19 de dezembro, e colocar as Forças Armadas em ação, sob o comando do presidente da República. O áudio não revela a resposta de Mauro Cid. Ailton Barros foi preso pela Polícia Federal em uma operação sobre o caso de falsificação de registros de vacinação.