Em 12 de agosto de 2004, James McGreevey, então governador de Nova Jersey, fez uma revelação que impactou a política americana: ele assumiu publicamente ser gay durante uma coletiva de imprensa em Trenton, acompanhado de sua esposa à época Dina. Durante o anúncio, McGreevey também admitiu ter tido um caso extraconjugal com seu ex-assessor de segurança, Golan Cipel, que ele afirmou ter o ameaçado com um processo de assédio sexual. Esta revelação levou McGreevey a renunciar ao cargo de governador, tornando-se o primeiro governador abertamente gay na história dos Estados Unidos. Cipel, por sua vez, negou ter tido qualquer relação com McGreevey e afirmou ter sido assediado por ele.
Em seu discurso, McGreevey, então com 47 anos, expressou sua verdade ao dizer:
"Minha verdade é que sou um americano gay". Ele reconheceu que suas ações colocaram sua posição de governador em risco e pediu perdão à sua esposa, que permaneceu ao seu lado durante o pronunciamento. Ele admitiu que sua luta com sua identidade começou na adolescência e que sempre sentiu uma diferença em relação aos outros.
O anúncio de McGreevey coincidiu com a decisão do estado da Califórnia de anular 4 mil casamentos gays realizados em São Francisco no início daquele ano. Nova Jersey, na época, era um dos quatro estados que estavam considerando a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. A posição de McGreevey sobre o casamento gay não era clara, já que ele havia se recusado a endossar uma cerimônia em março, argumentando que ela violava as leis estaduais vigentes. No entanto, ele havia assinado uma lei de parceria doméstica no início do ano, garantindo direitos de herança e outros benefícios a casais do mesmo sexo.
McGreevey havia assumido o cargo de governador dois anos e meio antes, mas sua administração foi marcada por uma série de escândalos relacionados a captação de fundos envolvendo seus assessores, o que já estava abalando sua popularidade antes da revelação de sua orientação sexual.