O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) informou na madrugada desta segunda-feira (29) que, com 80% dos votos apurados, Nicolás Maduro foi declarado vencedor da eleição presidencial realizada no domingo (28).
Segundo o CNE, que é liderado por um aliado do presidente venezuelano, Maduro obteve 51,2% dos votos, enquanto o principal candidato da oposição, Edmundo González, alcançou 44%. A diferença entre os dois candidatos é de 704 mil votos, embora esses números possam sofrer alterações à medida que os dados finais ainda não foram divulgados.
OPOSIÇÃO DIZ QUE CANDIDATO TEVE 70% DOS VOTOS
María Corina afirmou que, conforme as contagens da oposição, González foi vitorioso com 70% dos votos. Os opositores teriam conhecimento de 40% das atas eleitorais, diz ela, uma vez que as demais não teriam sido transmitidas pelos centros de votação.
O órgão eleitoral, por sua vez, afirmou ter vivido uma "agressão contra o sistema de transmissão de dados" que atrasou a divulgação dos resultados. Disse que um agente externo é responsável por isso e não compartilhou detalhes com o público.
"O mundo inteiro sabe o que ocorreu hoje. Todas as normas foram quebradas ainda não foram entregues a maioria das atas [das urnas eletrônicas]", disse o candidato González, visto pela primeira vez falando em um tom imponente, distante de suas falas monótonas. Ele negou que vá chamar a população às ruas para protestos em massa.
CONTESTAÇÃO
Ainda não se sabe de que maneira a oposição irá levar adiante suas contestações. Esta foi ainda a primeira vez nos últimos 25 anos, desde que o militar Hugo Chávez (1954-2013) ascendeu ao poder, e notadamente desde que Maduro o substituiu no Palácio de Miraflores, há 11 anos, que a campanha opositora aparentava ter tamanha capilaridade.
PAÍS EM DERROCADA
Durante sua mais de uma década no poder e após o ápice da entrada dos petrodólares no governo Chávez, que possibilitaram o alargamento da máquina pública e o despejo de programas sociais, Maduro liderou um país em derrocada econômica que no ápice da crise, 2018, chegou a registrar inflação anual de 130.000% segundo dados oficiais, segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional), o número foi de 1.370.000%.