Com medo da derrota eleitoral de Bolsonaro, desmatamento disparou em 2022

A pandemia de Covid-19 serviu também para distrair a imprensa enquanto Salles “passava a boiada”

Desmatamento acelerou no ano eleitoral | Reprodução/CNN
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Temendo a não reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e, com ela, a volta da aplicação de punições a quem desmata, o ritmo da destruição do meio ambiente disparou nos últimos quatro anos. No Brasil, a degradação florestal saltou para 22,3% em 2022 na comparação com 2021, segundo o relatório anual do MapBiomas divulgado nesta segunda-feira (12). Isso indica que o país perdeu o equivalente a 230 campos de futebol por hora.

Em 2019, primeiro ano da gestão Bolsonaro, foram ceifados 1,22 milhão de hectares florestais; em 2020, 1,65 milhão e, em 2021, 1,68 milhão. Já no ano eleitoral de 2022, a motosserra e queimadas devastaram 2,06 milhões de áreas ambientais.

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A agropecuária foi responsável por 95% do desflorestamento, que se sobressaiu na Amazônia (58%) e no Cerrado (32,1%).

O desmatamento ilegal já existia antes mesmo de Bolsobnaro ocupar a cadeira presidencial, mas em seu governo a atividade se tornou símbolo a ponto de ser lembrada no exterior. Com Paulo Guedes no Ministério da Economia e Ricardo Salles no Ministério do Meio Ambiente, o ex-presidente atacou a fiscalização, acobertou criminosos e financiou desmatadores.

A alta no desmatamento no Brasil, nos últimos anos, não foi por acidente, e sim um projeto. Prova dessa agenda foi a proposta do agora deputado, Ricardo Salles (PL-SP), de aproveitar a pandemia - enquanto a imprensa priorizava dar cobertura ao número de mortes, doentes e pesquisas em atividade para conter a doença - para "passar a boiada" contra as normas ambientais.

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