Joias árabes dadas a Bolsonaro valem R$ 5 milhões, conclui perícia

O conjunto é composto por colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes

Governo Bolsonaro ainda tentou trazer as peças sem declarar à Receita Federal | Reprodução
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A Polícia Federal (PF) finalizou a perícia do conjunto de joias da Arábia Saudita encaminhadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e retiradas pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos (SP), em outubro de 2021. De acordo com a investigação, os acessórios equivalem a R$ 5 milhões.

A princípio, as peças da marca de luxo suíça Chopard eram calculadas em torno de R$ 16,5 milhões. A perícia foi efetuada pelo Instituto Nacional de Criminalística da PF, com especialidade em joias e gemas.

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O conjunto é composto por colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes. Segundo a inspeção, as joias contêm três mil diamantes, todos naturais e verdadeiros.

Em 2021, os produtos foram vistos na mala de um funcionário do Ministério de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e não constavam com nenhuma declaração ou documento semelhante feito para a Receita como item pessoal, documentação essa que determinaria a aplicação de tarifas sobre as peças. Por isso, as joias foram averiguadas.

Bolsonaro, a ex-primeira-dama, ministros e ex-funcionários do antigo governo são investigados pela PF desde março, quando houve a acusação de que Albuquerque tentou entrar no país com as peças sem a documentação declaratória.

À Polícia Federal, o ex-assessor da Presidência, Cleiton Holzschuk, relatou que houve esforços por parte da gestão Bolsonaro de tentar recuperar as joias do confisco da Receita. A última tentativa ocorreu entre 28 e 29 de dezembro de 2022, pouco antes do ex-comandante do Executivo deixar a presidência e ir buscar abrigo nos Estados Unidos.

O ex-presidente afirmou, em depoimento, que conversou pessoalmente com o ex-chefe da Receita Federal, Júlio César Vieira Gomes, para tratar das joias presenteadas pelo governo da Arábia Saudita.

"O declarante [Bolsonaro] solicitou ao ajudante de ordens, coronel Cid, que obtivesse informações acerca de tais fatos; que o ajudante de ordens oficiou a Receita Federal para obter informações; que neste ínterim o declarante estabeleceu contato com o então chefe da Receita Federal, Júlio, cujo sobrenome não se recorda, e salvo engano, determinou que estabelecesse contato direto com o ajudante de ordem; que as conversas foram pessoalmente, pelo o que se recorda", diz um dos trechos do depoimento.

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