O coronel do Exército Jean Lawand Júnior afirmou, em seu depoimento à CPMI que investiga os atos antidemocráticos ocorridos em Brasília em 8 de janeiro, que ele não proferiu nem incentivou qualquer golpe de Estado. Ele explicou que as mensagens enviadas ao ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid, tinham o objetivo de solicitar ao ex-presidente Jair Bolsonaro que promovesse a pacificação do país.
O coronel Lawand Júnior nega qualquer envolvimento em ações ou discursos antidemocráticos e esclarece que suas intenções eram buscar a tranquilidade e a estabilidade no cenário político.
"Afirmo aos senhores que em nenhum momento falei sobre golpe, atentei contra a democracia brasileira ou quis quebrar, destituir, agredir qualquer uma das instituições", declarou ele, que foi convocado após a divulgação de mensagens que ele enviou a Mauro Cid pedindo que convencesse o ex-presidente Jair Bolsonaro a dar um golpe de Estado.
Lawand rejeitou qualquer intenção golpista e afirmou que seu objetivo era que o ex-presidente Jair Bolsonaro solicitasse aos manifestantes que retornassem para casa. Ele expressou a opinião de que uma manifestação do ex-presidente teria o poder de influenciar as pessoas nas ruas a voltarem para suas residências e retomarem suas vidas. No entanto, Lawand ressaltou que não acredita que Bolsonaro tenha qualquer responsabilidade pelo que ocorreu durante os atos antidemocráticos em questão.
O coronel Lawand ressaltou que as mensagens em questão foram trocadas em um contexto privado. Ele expressou a necessidade de considerarem sua essência e suas ações ao longo de sua vida como pai de família e militar comprometido. Lawand enfatizou que sempre teve o bem do Brasil como objetivo e se comprometeu a fornecer explicações detalhadas sobre cada uma das mensagens, buscando esclarecer seu posicionamento e suas intenções durante o período em questão.
"Minha função [no Exército] é burocrática. Não tinha motivação, capacidade ou força para fazer qualquer atentado ou motivar pessoas a fazê-lo", disse. "Fui infeliz. Minha colocação foi muito infeliz, não tenho contato com ninguém do Alto Comando. Não deveria tê-la feito".
Parlamentares acusaram Lawand de fornecer informações falsas durante seu depoimento à CPI, o que, em teoria, poderia resultar em sua prisão em flagrante. Antes de depor, o coronel jurou dizer a verdade. No entanto, o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), afirmou que, como Lawand não é obrigado a produzir provas contra si mesmo, ele não tinha autoridade para determinar se o depoente estava falando a verdade ou não. Portanto, o presidente da CPMI não viu motivo para ordenar a prisão do coronel Lawand.