Em uma nova descoberta sobre o caso que levou à prisão do ex-governador do Paraná, Beto Richa, em 2018, o delator Tony Garcia apresentou denúncias contra o ex-juiz, ex-ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PL) e agora senador, Sergio Moro (União Brasil-PR), e procuradores da força de Curitiba.
Segundo o depoimento mantido em sigilo, Garcia teria gravado clandestinamente o ex-governador e outras autoridades públicas sob ordem de Moro e dos procuradores envolvidos na Operação Lava Jato.
Garcia afirmou, ainda, que as provas colhidas, de forma ilegal, eram produzidas em troca de benefícios prometidos na Justiça. O delator relatou que era obrigado a omitir sua parceria com Moro e ocultar tal informação a seus advogados.
As acusações contra o senador foram disparadas em depoimento à juíza Gabriela Hardt, no ano passado. Porém, o caso ficou estagnado na 13a Vara Federal de Curitiba até ser remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo juiz Eduardo Appio, recentemente afastado do cargo.
Quando procurado para comentar sobre as denúncias, Moro descartou, de modo enfático, as alegações do delator.
"Tony Garcia é um criminoso que foi condenado, com trânsito em julgado, por fraude e apropriação indébita. A pedido do Ministério Público e com supervisão da Polícia Federal, resolveu colaborar com a Justiça em investigação de esquemas de tráfico de influência e corrupção, ocasião na qual foi autorizado a gravar seus cúmplices", afirmou. "Este tipo de diligência é autorizada pela lei. Nunca houve qualquer escuta clandestina de conhecimento do senador, à época juiz, Sergio Moro", completou.