O Ministério do Meio Ambiente (MMA) apresentou nesta quarta-feira, 07, dados do Instituto de Pesquisa Espacial (Inpe), que apontaram queda no desmatamento da Amazônia entre janeiro e maio deste ano. Os alertas de ocorrência de desmatamento caíram em 10% só no mês de maio, em relação ao mesmo período de 2022. Já nos cinco primeiros meses do ano, a queda foi de 31% se comparado ao mesmo período do ano passado.
O governo federal afirmou ter tomado algumas medidas para frear o desmatamento, como a aplicado de mais de R$ 2,23 bilhões em multas na Amazônia, até o momento atual. Apesar da queda nos alertas de desmatamento na Amazônia, o bioma Cerrado está passando por uma situação completamente diferente. No mês de maio, houve um crescimento de 83% no aumento dos alertas de desmatamento e 35% no acumulado de janeiro até maio, e foram aplicados no total cerca de R$ 138 milhões em multas.
Baseado nas informações do último relatório do Prodes, um monitoramento do desmatamento da floresta Amazônica brasileira por satélite, foi divulgado que no mês de novembro, a área desmatada na Amazônia foi de 11.568 km² entre agosto de 2021 e julho de 2022. O índice mostra uma queda de 11% do total da área desmatada entre a última temporada, ou seja, agosto de 2020 a julho de 2022. Na edição anterior, o número foi o maior desde 2006, cerca de 13.038 km².
Ao contrário do que ocorria anteriormente, os dados hoje foram divulgados pelo secretário executivo do MMA, João Paulo Capobiancoos, antes, os dados com os alertas eram apenas divulgados na plataforma Terrabrasilis, do Inpe. Durante a apresentação, o secretário explicou que os números na Amazônia são considerados "relevantes" e "positivos", partindo do conhecimento que, sob a gestão do ex-presidente, Jair Messias Bolsonaro, o segundo semestre do ano passado estava com um aumento de 54% dos alertas de desmatamento.
De acordo com os dados do MMA, 77% da devastação no Cerrado de janeiro a maio, tiveram ocorrência, em sua maioria, em imóveis que estão registrados no Cadastro Ambiental Rural (CAR), ou seja, são áreas que possuem responsáveis conhecidos dentro dos sistemas estaduais.
“Nossa estimativa é que mais da metade do desmatamento no Cerrado tenha sido autorizado pelos órgãos ambientais estaduais”, afirmou André Lima, secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial. "Os estados estão administrando o cadastro e tem condições de embargar. Vamos ter um trabalho importante no âmbito do CAR pra identificar, se é autorizado ou não. Nosso desafio agora é sincronizar os dados. O Ibama não pode multar em cima de área que os estados já fizeram autorização", conclui.
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, explicou também, que solicitou para os 24 municípios que foram os responsáveis por mais da metade do desmatamento no bioma, os dados de todas as autorizações para desmatamento nos últimos quatro anos. "Temos uma diferença fundiária entre Amazônia e Cerrado. No Cerrado, temos muita terra titulada, os proprietários acabam conseguindo autorizações, a maior parte foi autorizado e isso dificulta a fiscalização", afirmou o presidente.