O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), encontra-se no centro de uma polêmica após o seu rosto aparecer estampado em uma escavadeira hidráulica presenteada à cidade de Teotônio Vilela (AL). A máquina, no valor de R$ 739 mil, deveria ser destinada a obras e construções de interesse social, mas acabou transformada em um instrumento de propaganda para Lira na cidade governada por seu primo.
A aquisição da escavadeira foi realizada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), que proíbe o uso desses equipamentos para fins que não sejam de interesse social. Imagens revelam a escavadeira estacionada em um ponto turístico recentemente inaugurado, o Empório Menestrel, ao lado de um banner que exibe a foto de campanha de Arthur Lira e agradecimentos ao parlamentar.
Tanto a cidade de Teotônio Vilela quanto a Superintendência da Codevasf em Alagoas são lideradas por primos do deputado. O prefeito atual, Peu Pereira (PP), e o superintendente regional da Companhia, Joãozinho Pereira, alternam o comando do município há mais de duas décadas. O vínculo familiar levanta questionamentos sobre a utilização apropriada dos recursos públicos.
A cidade de Vilela, um reduto eleitoral crucial para Lira em Alagoas, enfrenta situações delicadas devido às fortes chuvas e enchentes, com 74% da população em situação de pobreza ou extrema pobreza. Contudo, o apoio político de Lira à região é destacado pelo superintendente Joãozinho Pereira, que afirma que o deputado é responsável por emendas que resultaram em grandes obras na cidade.
A escavadeira é um símbolo das controvérsias envolvendo o uso de recursos públicos para fins pessoais e de promoção política. A Codevasf destaca que a responsabilidade pelo uso e guarda do bem doado é da prefeitura, que não respondeu aos questionamentos feitos pela reportagem. A companhia ressalta que eventuais denúncias de uso indevido podem ser encaminhadas a sua Ouvidoria.
Diante das críticas e questionamentos, o parlamentar não comentou diretamente sobre o assunto. A polêmica ressalta a necessidade de transparência e responsabilidade na gestão de recursos públicos, especialmente em momentos de crise e necessidade social.
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