Ex-chefe da Receita que tentou liberar joias para Bolsonaro é exonerado

No mês de abril, o servidor solicitou seu desligamento do órgão, no entanto, a exoneração foi impedida.

Ex-chefe da Receita que tentou liberar joias para Bolsonaro é exonerado | Reprodução
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Na quarta-feira, dia 14, foi divulgada pela Receita Federal a notícia da exoneração de Julio César Vieira Gomes do cargo de auditor-fiscal. Julio César, que anteriormente ocupou o cargo de secretário do órgão, esteve envolvido em uma tentativa de liberar um conjunto de joias que havia sido presenteado pelo regime saudita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Vale ressaltar que esse material adentrou o país de forma ilegal.

No mês de abril, o servidor solicitou seu desligamento do órgão, no entanto, a exoneração foi impedida. O atual chefe da Receita, Robinson Barreirinhas, justificou essa medida alegando a existência de uma investigação preliminar sumária conduzida pela corregedoria contra Julio César.

Nesta quarta-feira, a exoneração de Julio César Vieira Gomes foi oficialmente publicada no "Diário Oficial da União" e passará a ter efeitos a partir de 25 de maio de 2023. Além disso, com essa medida, o cargo efetivo ocupado por ele também foi declarado vago.

O portal G1 questionou a Receita Federal a respeito dos motivos da exoneração de Julio César Vieira Gomes. Até o momento da última atualização desta reportagem, o órgão não havia enviado uma resposta em relação a essa questão.

Durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, Julio César Vieira Gomes, então chefe do órgão, assinou um despacho que solicitava que os auditores no Aeroporto de Guarulhos cumprissem o pedido de um assessor do ex-presidente para entregar um conjunto de joias apreendido na alfândega, avaliado em cerca de R$ 5 milhões.

O pacote contendo as joias foi apreendido em outubro de 2021, durante uma inspeção nas bagagens de um membro da comitiva que acompanhava o então ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) em uma viagem à Arábia Saudita. As joias em questão não haviam sido devidamente declaradas à Receita Federal, o que levou à sua apreensão. No entanto, nos últimos dias do mandato de Bolsonaro, em dezembro de 2022, assessores do ex-presidente empreenderam esforços para obter a liberação do material apreendido.

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