Os escândalos sexuais são frequentes no mundo político, e um dos mais notórios envolveu John Edwards, que foi uma figura proeminente do Partido Democrata e um dos principais candidatos à presidência dos Estados Unidos há 16 anos. O caso começou em 2006, quando Edwards iniciou um relacionamento extraconjugal com Rielle Hunter, uma cinegrafista de sua campanha presidencial de 2008. O envolvimento resultou em um filho ilegítimo e um elaborado esquema de encobrimento, arruinando a carreira política de Edwards.
CENÁRIO POLÍTICO NA ÉPOCA
Na época, muitos consideravam Hillary Clinton uma candidata problemática e Barack Obama ainda muito inexperiente para a nomeação presidencial democrata de 2008. Edwards, já estabelecido nacionalmente como candidato a vice-presidente na chapa de John Kerry em 2004, parecia ter grandes chances de se tornar o próximo presidente dos Estados Unidos. Ele contava com o apoio significativo de sua esposa, Elizabeth, uma sobrevivente de câncer de mama e mãe dedicada.
Durante sua campanha para a presidência, Edwards conheceu Rielle Hunter, uma atriz e produtora de cinema. O caso começou em um hotel na Califórnia, evoluindo para uma relação intensa que incluía longas conversas telefônicas diárias. Edwards contratou Hunter para produzir um documentário de bastidores da campanha, permitindo que o relacionamento continuasse em segredo.
TELEFONE SECRETO
No entanto, a situação desmoronou quando Elizabeth Edwards descobriu um telefone secreto que John usava para falar com Hunter. Apesar de John afirmar que o relacionamento com Hunter havia sido um caso de uma noite, ele continuou a se encontrar com ela, mesmo após o retorno incurável do câncer de sua esposa.
Em 2007, Hunter revelou que estava grávida, e Edwards tentou convencer um de seus assessores, Andrew Young, a assumir a paternidade da criança. O plano foi seguido, apesar das dúvidas e dificuldades, e Hunter foi mantida fora dos holofotes com ajuda financeira de doadores ricos.
CASO ESTAMPADO NO JORNAL
A verdade veio à tona quando o National Enquirer publicou uma foto de Hunter grávida, expondo o caso. Edwards suspendeu sua campanha presidencial em janeiro de 2008 e, em janeiro de 2010, admitiu publicamente ser o pai da filha de Hunter. Após essa revelação, Elizabeth Edwards iniciou procedimentos de divórcio, mas faleceu antes da conclusão do processo.
John Edwards enfrentou acusações federais por supostamente usar fundos de campanha para encobrir o caso, mas foi absolvido em uma acusação e o julgamento foi declarado nulo em outras cinco. Após o escândalo, sua carreira política terminou, e ele se dedicou a renovar sua licença de advogado. Rielle Hunter publicou um livro de memórias sobre o caso, lançando-o em 2012, e anunciou sua separação de Edwards. Em uma coluna no Huffington Post, Hunter pediu desculpas públicas pelo caso, reconhecendo o mal que causou a Elizabeth Edwards e sua família.