A disseminação de notícias falsas através da imagem da capa de um jornal irlandês, intitulado "The Irish Light Free", voltou a ganhar destaque no Brasil, sendo compartilhada nas redes sociais por negacionistas. A manchete traduzida alega um aumento nas doenças cardíacas em crianças desde a vacinação contra a COVID-19, e essa fake news começou a circular no ano passado, liderada pela extremista de direita irlandesa Gemma O'Doherty.
Gemma O'Doherty, ex-jornalista condenada e multada por violar regulamentos da COVID-19, está por trás da manchete investigada, que atribui supostos dados sobre mortes e sequelas em crianças pós-vacinação da COVID-19 ao Centro de Controle de Doenças dos EUA e ao Escritório Nacional de Estatísticas Britânico. No entanto, ambas as instituições refutam as informações publicadas no texto.
Apesar de monitorarem e divulgarem pesquisas e dados sobre o tema, nenhuma das instituições identificou um aumento de óbitos ou efeitos graves em crianças relacionados à vacinação contra a COVID-19. O órgão britânico alerta para a "interpretação enganosa dos dados", enquanto o centro norte-americano destaca o rigoroso monitoramento de segurança das vacinas da COVID-19.
A desinformação veiculada pelo jornal extremista resultou em processos no mundo, incluindo o caso de uma mãe enlutada cujo filho, não vacinado, foi erroneamente associado a mortes no artigo de 2022, sugerindo a culpa da vacina COVID "não testada e perigosa".
Gemma O'Doherty, conhecida como a rainha da conspiração na Irlanda e líder anti-lockdown, já foi presa por desacatar autoridades e desrespeitar regras de combate à Covid. Além disso, foi excluída de várias redes sociais, com o Twitter banindo a candidata fracassada às eleições presidenciais por repetidas violações das regras e comportamento abusivo. A ex-jornalista irlandesa também foi excluída do YouTube e Facebook.