O ministro da Justiça, Flávio Dino, declarou nesta sexta-feira (7) que o inquérito da Polícia Federal que investiga o caso das joias sauditas está próximo de ser concluído.
Durante entrevista à Globonews, Dino afirmou que a investigação é "tecnicamente muito simples porque a materialidade é bem evidente" e que há "prova documental farta". O ministro não soube informar se o inquérito será finalizado em dias ou semanas, mas afirmou que "tecnicamente" não há muito mais a ser feito.
De acordo com Dino, a Polícia Federal entregará as informações apuradas ao Ministério Público e ao Judiciário, para que sejam tomadas as devidas medidas em relação aos responsáveis. Ele ainda acrescentou que o Judiciário terá um bom material de investigação em mãos.
Na quarta-feira (5), o ex-presidente depôs à PF por cerca de três horas sobre o caso. Ele alegou que tomou conhecimento das joias em dezembro de 2022, um ano após a apreensão pela Receita Federal.
Além de Bolsonaro, outros personagens envolvidos na história também foram ouvidos, como o militar Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República; Marcelo Câmara, assessor que trabalha na segurança de Bolsonaro; e o ex-chefe da Receita Federal Julio César Vieira Gomes. O ex-ministro Bento Albuquerque também foi ouvido por videoconferência em março.
A história teve início em outubro de 2021, quando um conjunto de joias avaliado em R$ 16,5 milhões, que supostamente seria um presente para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, foi retido pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos (SP). Posteriormente, foram identificados mais dois lotes de joias sauditas enviados a Bolsonaro enquanto ele era presidente.
O TCU determinou que o conjunto apreendido fosse entregue à Caixa Econômica Federal, e nesta semana um terceiro lote também foi entregue para a guarda da Caixa. As joias foram dadas a Bolsonaro como representante do governo brasileiro e, portanto, deveriam fazer parte do acervo público da Presidência da República, não do acervo pessoal do ex-presidente.