Jair Bolsonaro depõe hoje à Polícia Federal sobre cartões de vacina

Durante o depoimento, ele afirmará que não recebeu a vacina contra a Covid-19 e negará qualquer envolvimento em um suposto esquema de fraude

Jair Bolsonaro depõe hoje à Polícia Federal sobre cartões de vacina | Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O ex-presidente Jair Bolsonaro comparecerá à Polícia Federal (PF) hoje, terça-feira (16), às 13h, para prestar depoimento. Durante o depoimento, ele afirmará que não recebeu a vacina contra a Covid-19 e negará qualquer envolvimento em um suposto esquema de fraude relacionado ao cartão de vacinação no Ministério da Saúde. Essa declaração é uma tentativa de se dissociar de outros indivíduos investigados pela PF. 

O depoimento se dá no âmbito da operação Venire, que investiga a atuação de uma associação criminosa que inseria dados falsos de vacinação nos sistemas públicos. Bolsonaro deveria ter esclarecido à PF no dia 3, data da ação, mas não o fez por falta de acesso aos autos do inquérito. 

O ex-presidente teve sua casa, localizada em Brasília, alvo de busca e apreensão por parte da PF. Ele criticou a medida. "Não há dúvida que eu chamo de 'operação para te esculachar'. Podiam perguntar sobre vacina, cartão, eu responderia sem problema nenhum. Agora uma pressão enorme, 24 horas por dia, o dia todo, desde antes de assumir a Presidência até agora. Não sei quando isso vai acabar", disse.

Bolsonaro chegou a dizer que sentiu "constrangimento" por parte dos policiais federais que trabalharam na operação. "Abri a porta, convidei para entrar e fui tratado muito bem. Em nenhum momento houve exagero, voz mais alta, falta de educação, muito pelo contrário. Acredito até que eu senti constrangimento em alguns policiais federais. Foram corteses comigo", relatou. 

No dia em que a residência do ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de busca e apreensão, alguns ex-assessores dele, incluindo Sérgio Cordeiro e Max Guilherme, foram presos. Além disso, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e tenente-coronel do Exército, também foi detido. 

O advogado Rodrigo Roca, que tinha proximidade com a família do ex-presidente, deixou o caso citando razões profissionais e familiares. Roca foi o advogado responsável pela defesa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das "rachadinhas" entre 2020 e 2021, e também ocupou o cargo de chefe da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) no Ministério da Justiça e Segurança Pública durante o governo de Bolsonaro.

Este é o terceiro depoimento de Jair Bolsonaro à Polícia Federal desde março, quando o ex-presidente retornou dos Estados Unidos, para onde viajou em dezembro de 2022. Bolsonaro já foi ouvido em inquéritos que investigam o caso das joias apreendidas pela Receita Federal e na investigação sobre os atos de 8 de janeiro, em que bolsonaristas radicais invadiram e depredaram as sedes do Executivo, Legislativo e Judiciário.  

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