A Polícia Federal está investigando um esquema de desvio de recursos e rachadinha no Palácio do Planalto, que teria ocorrido durante a gestão de Jair Bolsonaro. De acordo com a investigação, a então primeira-dama Michelle Bolsonaro teria recebido depósitos em dinheiro vivo, realizados pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid. A defesa de Jair e Michelle Bolsonaro negou qualquer irregularidade e afirmou que todos os pagamentos foram feitos com recursos próprios.
A informação divulgada pelo UOL, publicou diálogos de Cid com assessoras de Michelle, nos quais ele demonstra preocupação com os pagamentos das despesas da primeira-dama, orientando que os gastos fossem realizados somente em dinheiro vivo para evitar acusações de rachadinha. A PF identificou uma empresa com contrato na Codevasf como origem de recursos transferidos a um integrante do Palácio do Planalto responsável pelo pagamento das despesas de Michelle.
A investigação encontrou sete comprovantes de depósitos em dinheiro vivo feitos por Cid, que foram encaminhados às assessoras da então primeira-dama. A PF identificou pagamentos de boletos para um irmão da ex-primeira-dama, que foram realizados com recursos da conta bancária de Jair Bolsonaro. Em outra ocasião, Cid se recusou a pagar o boleto do plano de saúde do irmão de Michelle, indicando que não era uma despesa da Presidência da República.
Cid encaminhou a demanda para a equipe da Ajudância de Ordens sacar os recursos para pagamento do boleto, apesar de não se tratar de uma despesa da Presidência da República. A PF considera isso um indicativo do desvio de recursos do governo federal. Em outra troca de mensagens, Jair Bolsonaro orientou Cid a efetuar o pagamento de um boleto em dinheiro vivo para uma despesa hospitalar da tia de Michelle.
A equipe de defesa de Jair e Michelle Bolsonaro afirmou que os pagamentos referentes aos custos pessoais do casal foram feitos com recursos próprios, negando qualquer desvio de valores do Palácio do Planalto. A investigação ainda está em andamento e novas informações podem surgir. "A defesa reitera que pequenos fornecedores e/ou prestadores de serviços informais recebiam em espécie a fim de proteger a privacidade do ex-presidente, bem como evitar exposição desnecessária e riscos de fraudes", diz a nota.
"A defesa fará uma exposição detalhada de todos os custos, valores, saídas de recursos próprios do ex-presidente durante todo o período do mandato, nos 48 meses, a fim de evidenciar o quanto isso tudo se trata de uma perseguição política, com a apropriação e divulgação de vazamentos seletivos afim de constranger os envolvidos. A maneira como as informações são repassadas, o aparecimento de novas 'evidências' e a suspeição permanente evidenciam que o único objetivo de todos os envolvidos é o de tentar macular a imagem do ex-presidente da República. Na falta de fatos concretos, como a devolução de bilhões de reais, como ocorreu na Petrobras, tenta-se criar um escândalo com despesas corriqueiras. A verdade prevalecerá", finaliza a nota.