Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil pelo Partido Liberal (PL), segue em clima de tensão e conflito com o Partido dos Trabalhadores (PT), desta vez, ao compartilhar um vídeo de 2021 em suas redes sociais, em que o ex-ministro José Dirceu faz referência à facada sofrida por Bolsonaro em 2018, alegando ser "um dos erros nossos".
Sem incluir legendas no Twitter ou no Instagram, Bolsonaro utilizou o título de um site que reproduziu a fala de Dirceu: "José Dirceu (PT) assume: 'Facada em Bolsonaro foi erro nosso'". Essa publicação suscitou interpretações de alguns seguidores, que entenderam que o PT ou Dirceu estariam admitindo culpa pelo crime.
Essa não foi a primeira vez que esse trecho do vídeo foi compartilhado pela família Bolsonaro. Em agosto de 2021, o vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente e conhecido por liderar a estratégia digital de seu pai, também o havia compartilhado.
Dirceu esclareceu a declaração polêmica em seu perfil no Twitter, explicando que sua fala tratava de uma lista de fatos imprevisíveis na política que poderiam ter impactado a eleição de Lula ou Haddad em 2018, incluindo possíveis erros cometidos pelo PT e a facada em Bolsonaro.
A fala polêmica de Dirceu foi retirada de uma entrevista concedida ao canal Tutaméia no YouTube, realizada ao vivo em abril de 2021.
O atentado com faca ocorreu em 6 de setembro de 2018, durante um ato em Juiz de Fora, Minas Gerais, onde Bolsonaro foi atingido no abdômen e precisou passar por três cirurgias. O autor do crime, Adélio Bispo de Oliveira, foi preso e posteriormente absolvido por ser considerado inimputável devido a problemas psicológicos.
Apesar das afirmações da Polícia Federal de que Adélio agiu sozinho, Bolsonaro sempre levantou suspeitas sobre a existência de um mandante por trás do crime, chegando a criticar publicamente a investigação realizada pela corporação. A conclusão de que não houve mandante foi reafirmada pelo delegado Rodrigo Morais Fernandes, que baseou-se em análises de quebras de sigilos e imagens do dia do atentado.
A Polícia Federal ressaltou que conduziu perícias em computadores da lan house frequentada por Adélio, analisou grandes volumes de imagens de Juiz de Fora e informações em mídia, além de avaliar e-mails e mensagens em aplicativos de conversa relacionados ao caso.