Durante o lançamento da Frente Parlamentar contra a Doutrinação nas Escolas, o deputado federal Altineu Côrtes, líder do PL no Rio de Jabeiro, partido hospedeiro do ex-presidente Jair Bolsonaro, proferiu um discurso peculiar, associando o grupo palestino Hamas à alegada "doutrinação de esquerda" nas instituições de ensino brasileiras.
Côrtes compartilhou uma narrativa pessoal sobre sua filha supostamente sendo repreendida na escola por questionar uma professora, alegando que os educadores ensinam as crianças a "relativizar tudo". Em uma virada inusitada, o deputado, inspirado por um vídeo on-line, comparou esse método ao que, segundo ele, ocorre com o Hamas.
"Ontem, nesses anúncios de internet, eu vi uma entrevista, parece que um americano entrevista o filho de um dos fundadores do Hamas em 2014. E ele dizendo, o filho do fundador do Hamas, que ele conseguiu sair, mas que é muito difícil porque as crianças lá são doutrinadas desde nascem. A gente viu lá no vídeo o assunto do Hamas, aquela doutrina, mas e a doutrina que acontece aqui?", questionou.
A retórica surreal de Côrtes não parou por aí. Em seguida, o líder bolsonarista sugeriu que o "terror do Hamas" estaria "presente nas nossas cidades", alegando que a doutrinação no Brasil busca enquadrar comportamentos específicos nos alunos. Ele enfatizou um clichê de direita ao afirmar que essa doutrinação promove um comportamento que "cobra muito os direitos mas que esquece dos deveres".
A nova Frente Parlamentar, liderada por outro bolsonarista, o deputado Gustavo Gayer (PL-GO), tem como objetivo "conscientizar pais, docentes e demais profissionais acerca da doutrinação ideológica" nas escolas. No entanto, Gayer já enfrenta críticas e uma ação no Conselho de Ética da Câmara por comentários preconceituosos sobre os nordestinos, referindo-se aos votos massivos em Lula na região. A Rede solicita a cassação do parlamentar pela declaração discriminatória.
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