Lula ignora afronta de Milei, vai à cúpula do Mercosul e irá à país ameaçado

Tentativa de golpe na Bolívia levanta preocupações e reforça compromisso com a democracia.

Lula reúne-se com líderes do Mercosul e em seguida visita a Bolívia, onde conversa com o presidente Luís Arce. | Tânia Rego/Agência Brasil
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca para viagens pela América do Sul no início desta semana, começando pelo Paraguai para participar da cúpula do Mercosul. Uma questão já provoca polêmica antes mesmo do evento começar: a ausência do presidente argentino, Javier Milei, que nunca se encontrou pessoalmente com Lula. Os dois são conhecidos por suas divergências políticas.

Após a visita ao Paraguai, Lula segue para a Bolívia, onde se encontrará com o presidente Luis Arce. Há cerca de dez dias, o país andino enfrentou uma tentativa de golpe de Estado. Se o golpe tivesse avançado, Arce poderia ter sido deposto. Durante a reunião ordinária do Mercosul neste domingo (7), o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, mencionou a tentativa de golpe na Bolívia, expressando solidariedade ao país e traçando um paralelo com os atos golpistas de 8 de janeiro no Brasil.

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Vieira destacou que tanto no Brasil quanto na Bolívia, a democracia prevaleceu. Ele reforçou a importância da integração continental, um dos principais objetivos do governo de Lula, tornando essas viagens estratégicas para o presidente brasileiro.

Lula embarca para o Paraguai na manhã desta segunda-feira (8) para participar da 64ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados. A ausência de Milei será notada, especialmente porque o presidente argentino esteve recentemente em Santa Catarina para um evento com políticos conservadores, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, outro rival de Lula. Apesar da ausência de Milei, o Itamaraty afirmou que isso não diminui a importância do encontro do Mercosul, que conta com Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai como membros plenos, além da recente adesão da Bolívia ao bloco.

Alguns dos temas principais da cúpula incluem a formalização da adesão da Bolívia, a participação da sociedade civil no Mercosul e iniciativas para melhorar o comércio entre os países membros.

compromisso pela democracia

Ainda na segunda-feira (8), Lula segue para a Bolívia. Recentemente, o país enfrentou uma tentativa de golpe liderada pelo ex-comandante do exército, general Juan José Zúñiga, que mobilizou tropas e tanques e chegou a invadir o palácio presidencial. Zúñiga foi preso por tentativa de golpe, e o episódio gerou grande repercussão no continente. O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, Luis Almagro, afirmou que a entidade não tolerará qualquer quebra da ordem constitucional na Bolívia ou em qualquer outro lugar.

Lula expressou seu desejo de ver a democracia prevalecer na América Latina, afirmando que golpes nunca tiveram sucesso. Em sua visita à Bolívia, ele reforçará a solidariedade com a democracia boliviana e com o presidente Arce. Não há previsão de encontro com Evo Morales, ex-presidente boliviano e aliado de Lula, que também denunciou veementemente a tentativa de golpe.

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